O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo todo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença atinge 80 milhões de pessoas. Só no Brasil, são 1,2 milhão de casos, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
Conforme estimativas da OMS, o problema afetará 111,5 milhões em 2040. Especialistas atribuem esse aumento a dois fatores: o envelhecimento da população e o crescimento nos diagnósticos.
Um outro dado alarmante é que, na maioria dos casos, a disfunção é assintomática na fase inicial. Por exemplo, um levantamento do CBO apontou que 80% dos portadores não apresentam sintomas. Por isso, é tão difícil a detecção precoce.
Recentemente, uma startup israelense desenvolveu um dispositivo que faz o diagnóstico e monitoramento remoto do glaucoma por meio da medição da pressão intraocular. Em seguida, conheça mais a tecnologia e como ela deve ajudar no controle da doença.
IOPerfect™ – monitoramento remoto do glaucoma
Semelhante aos óculos de realidade virtual, a tecnologia IOPerfect™ aplica pressão controlada a base de ar nos olhos, ao mesmo tempo que câmeras registram o comportamento das veias e artérias do oculares.
Em seguida, as imagens são examinadas pela inteligência artificial (IA) e os resultados são disponibilizados para telediagnóstico do médico. Todo esse processo ocorre em 90 segundos, de acordo com informações disponibilizadas no site da empresa.
O exame pode ser feito pelo próprio paciente, já que não é necessária a dilatação da pupila e nem calibração constante do aparelho. É o primeiro dispositivo de medição de pressão intraocular sem contato baseado em IA do mundo.
Dessa forma, o monitoramento remoto do glaucoma poderá auxiliar no diagnóstico precoce e controle da doença, com a triagem e encaminhamento ao tratamento mais rapidamente. Isso também pode diminuir os altos gastos de pacientes e instituições de saúde no combate ao problema.
A empresa prevê que o equipamento seja aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) neste ano e entre no mercado dos Estados Unidos e Europa em 2023.
A tecnologia foi desenvolvida pela startup Ophtalmic Sciences, de Israel, que declarou que pretende usar a mesma base da IA para facilitar o diagnóstico de mais doenças oftalmológicas.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.
Acompanhe o blog da Phelcom e fique por dentro das principais novidades em tecnologias no diagnóstico, controle e prevenção de doenças oculares.
A Síndrome da Insuficiência Adquirida (Aids), causada pelo vírus HIV, pode afetar diversas regiões dos olhos, desde a pálpebra até a retina, e provocar manifestações locais.
Isso acontece porque o vírus reduz as células de defesa do organismo, desajustando a imunidade que antes regulava processos, como a divisão celular e proliferação de agentes infecciosos, principalmente em estágios mais avançados.
Dentre as manifestações, a mais frequente é a retinopatia por HIV. Sendo progressiva, é fundamental o acompanhamento do paciente por um oftalmologista para prevenção e detecção precoce de possíveis complicações nos olhos.
Em seguida, entenda mais sobre o problema, como surge, sintomas, como fazer o diagnóstico precoce e o tratamento.
Retinopatia por HIV – o que é
Também conhecida como retinopatia da Aids, a retinopatia pelo HIV causa exsudatos algodonosos (edema localizado, secundário a infarto da camada de fibras nervosas, que se apresentam como borrões brancos parecidos com flocos de algodão). Pode provocar também pequenas hemorragias na retina, microaneurismas e teleangectasias.
Isso se deve ao dano à isquemia retiniana, secundária a processos vasculares. Diversos estudos sobre os pequenos vasos da retina afetados pelo vírus demonstram edema das células endoteliais, duplicação da lâmina basal e perda de pericitos. Desse modo, aponta-se para a quebra da barreira uveovascular como mecanismo patológico da manifestação.
A exata patogenia ainda é desconhecida. A hipótese é que seja multifatorial: combinação de depósito de imunocomplexos, alteração vascular decorrente da infecção pelo vírus, lesão local por elementos citotóxicos e anormalidades reacionais.
Pesquisas recentes apontam para a maior prevalência de lesões do segmento posterior e baixa acuidade visual em pacientes com níveis menores de linfócitos T com CD4. Na verdade, a contagem de CD4 menor que 200 células mm³ e idade maior do que 35 anos foram os principais fatores de risco independentes para a retinopatia pelo HIV.
Geralmente, os exsudatos desaparecem naturalmente entre duas e seis semanas e não deixam sequelas na visão. Na maioria dos casos, não apresentam sintomas iniciais.
O grande perigo é a abertura para o surgimento de infecções oportunistas, como a retinite por citomegalovírus (CMV). Estima-se que 45% dos pacientes com retinopatia pelo HIV desenvolvam o quadro. A complicação ocorre geralmente quando a contagem de CD4 está abaixo de 100/mm³.
Retinopatia pelo HIV – diagnóstico
Como é assintomático na maioria dos casos, o paciente com HIV precisa ser acompanhado por um oftalmologista. O diagnóstico de retinopatia pelo HIV é realizado por exame de fundo de olho. Neste caso, os achados da doença são parecidos com os de outras retinopatias, como as derivadas do diabetes e de hipertensão arterial, e necessita de um olhar mais atento do especialista.
O exame pode ser feito pelo smartdevice Phelcom Eyer. Acoplado a um smartphone, realiza exames de retina de alta qualidade, em poucos minutos e sem a necessidade de dilatação da pupila.
Exame de retina feito com o Phelcom Eyer.
Por ser integrado à nuvem, disponibiliza automaticamente os dados na plataforma on-line EyerCloud. Dessa forma, possibilita o armazenamento e gerenciamento dos exames dos pacientes. Além disso, o diagnóstico pode ser feito por um médico localizado em qualquer lugar do mundo.
Mais de 40 mil exames já foram realizados com o Eyer em todo o Brasil. Ao todo, há 43 mil pacientes cadastrados do SUS, ações sociais e mutirões, como o Mutirão de Diabetes de Itabuna (BA), consultórios e instituições como USP, Unifesp, Hospital Albert Einstein, Santa Casa de São Paulo e Bayer, dentre outros.
Mesmo com tecnologias de ponta aplicadas na produção do aparelho, a portabilidade e o tamanho reduzido permitem que o Eyer apresente um custo até dez vezes mais baixo em relação aos retinógrafos tradicionais.
Tratamento
O tratamento da doença não é específico, sendo que a introdução da terapia anti-retroviral (TARV) tem minimizado muito o problema. Pesquisas demonstram diminuição de até 95% na incidência de algumas complicações oculares relacionadas ao HIV com o uso da TARV.
Apesar desta redução, a averiguação de lesões oculares em pacientes com HIV permanece muito importante. Isso porque pode trazer prejuízos à função visual, como a cegueira, quando surgem infecções oportunistas, como a retinite por CMV.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.
Acompanhe o blog da Phelcom e conheça mais detalhes sobre doenças raras que afetam os olhos.
No mundo todo, tem aumentado o diagnóstico de alergia ocular em crianças e adolescentes. Instituições e especialistas oftalmológicos atribuem esse cenário à predisposição genética combinada com fatores ambientais, como alimentação, alérgenos e poluição.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), a conjuntivite (com ou sem rinite) afeta entre 15% a 28% dos jovens. Já 44% dos portadores de asma menores de 14 anos apresenta, ao menos, um sintoma ocular. Por outro lado, apenas um terço é diagnosticado com conjuntivite alérgica. Dessa forma, esse subdiagnóstico prejudica diretamente a qualidade de vida.
Para ajudar no diagnóstico precoce, a SBOP publicou um guideline para orientar o monitoramento e tratamento da alergia ocular em crianças e adolescentes. O documento foi desenvolvido a partir da revisão de 56 estudos. Em seguida, confira as novas diretrizes.
Alergia ocular em crianças e adolescentes: diagnóstico
O diagnóstico da alergia ocular em crianças e adolescentes ocorrerá a partir da análise do histórico pessoal e familiar de atopia, sintomas, sinais e testes adicionais. O problema está relacionado à rinite alérgica em 97% das crianças, à asma em 56% e à dermatite atópica em 33%.
Dentre os sintomas, geralmente é bilateral necessariamente com pruído, lacrimejento e queimação. O exame ocular poderá mostrar secreção mucoaquosa, edema palpebral, quemose, hipertrofia papilar na conjuntiva palpebral, hiperemia conjuntival, nódulos límbicos, ceratite e até eventual envolvimento corneano.
Alergia ocular em crianças e adolescentes: tratamento
O tratamento inicial acontece com protocolos não farmacológicos que diminuem o contato entre o alérgeno e a conjuntiva, como a eliminação da poeira, fungo e pólen. Também são indicadas compressas frias e lubrificantes artificiais sem conservantes.
Caso a alergia ocular em crianças e adolescentes ainda permaneça, deve-se começar o tratamento tópico com anti-histamínicos, estabilizadores de mastócitos, drogas de ação múltipla, anti-inflamatórios não esteroidais e, em casos extremos, corticoides.
A combinação com vasoconstrictores aumenta o efeito terapêutico, mas pode levar a hiperemia rebote e taquifilaxia. A utilização por muito tempo não é recomendada e essas medicações devem ser usadas com cautela em pacientes com glaucoma, hipertireoidismo e doença cardiovascular (grau de recomendação D).
Estabilizadores de membrana de mastócitos agem inibindo a degranulação dos mastócitos. Esses agentes podem ser administrados a cada 6-8 horas por pelo menos duas semanas (grau de recomendação A). Agentes de ação múltipla atuam como estabilizadores de mastócitos, antagonistas dos receptores seletivos H1 (olopatadina e cetotifeno) e moduladores da atividade antiinflamatória dos eosinófilos.
A epinastina atua nos receptores H1 reduzindo o prurido e nos receptores H2 reduzindo a vasodilatação, enquanto outros como a alcaftadina também bloqueiam receptores H4. Os agentes com ação múltipla têm efeitos imediatos e de longa duração e são comprovadamente mais efetivos que a fluorometolona no tratamento da conjuntivite sazonal (grau de recomendação A).
Anti-inflamatórios não esteroidais tópicos bloqueiam a via da cicloxogenase e, portanto, a síntese de prostaglandinas e tromboxanos. Essas drogas têm eficácia contra a hiperemia e o prurido ocular (grau de recomendação A). Cetorolaco (anti-inflamatório não hormanal) é aprovado para o tratamento da conjuntivite alérgica, mas é menos efetivo que olopatadina e emedastina. O uso desse anti-inflamatório não hormonal tópico em criança também é limitado pela ardência ocular.
Corticoides interferem com a síntese de proteína intracelular e bloqueio da fosfolipase A2 (que forma ácido aracdônico). Também atuam inibindo a produção de citocinas e migração de células inflamatórias. Os corticoides tópicos não são considerados terapia de primeira linha para conjuntivite alérgica, apesar de drogas de baixa concentração (fluorometolona, loteprednol e rimexolona) poderem ser usadas para tratar a inflamação moderada.
Casos graves
Nas inflamações graves, as escolhas são a dexametasoma e a prednisolona (grau de recomendação B) em alta frequência (a cada 2-4 horas) por curtos períodos (3-4 semanas). Os efeitos adversos potenciais devem ser monitorados (aumento da pressão intraocular, catarata e ceratite).
Pacientes com ceratoconjuntivite grave, conjuntivite papilar gigante, envolvimento límbico e úlcera de córnea recorrente podem ter necessidade de injeção supratarsal de corticoide como tratamento adjuvante. Colírios de imunomoduladores (ciclosporina ou tacrolimus) têm efeitos em alguns pacientes e têm sido cada vez mais utilizados.
A ciclosporina A tem efeito anti-inflamatório e imunomodulador, inibindo a atividade do NF-kB, sendo disponível como colírio a 0,05% e usado de 2-4 vezes ao dia. O tacrolimus age inibindo a proliferação de mastócitos e degranulação e reduzindo a produção de citocinas pelo linfócito T (com maior potência que a ciclosporina A). É prescrito como pomada 0,02%- 0,03% ou colírio 0,03%-0,1% administrados 2-4x ao dia.
A primeira geração de anti-histamínicos H1 não é recomendado por causa do efeito sedativo e atividade anticolinérgica. Drogas de segunda geração (desloratadina, ebastina, loratadina e rupatadina) têm eficácia similar, porém com menos efeitos adversos e sedação (grau de recomendação B). Geralmente são administradas para controle dos sintomas nasais e oculares da rinoconjuntivite.
Imunoterapia
A imunoterapia sistêmica contra o alérgeno pode suprimir ou regular a resposta imune. A primeira geração de antihistamínicos tópicos bloqueia o receptor H1, porém são pouco tolerados e têm efeito e potência restritos (grau de recomendação D).
O critério primário para o diagnóstico clínico da ceratoconjuntivite atópica é uma forma específica de conjuntivite crônica com ceratite em associação com dermatite atópica e eczema. Dessa forma, a ceratoconjuntivite é uma doença sistêmica com manifestação ocular e essa é a razão do uso da imunossupressão sistêmica com ciclosporina A.
Altas doses de alérgenos induzem um desvio da resposta imune em favor de linfócitos Th1, com a formação de interferon gama e produção de células T regulatórias. A OMS recomenda imunoterapia específica para alérgenos como uma abordagem efetiva em pacientes com doenças alérgicas como a rinoconjuntivite e a asma.
Pode ser administrada por via sublingual ou subcutânea, induzindo tolerância ao alérgeno em curto e longo prazo. Além disso, melhora sintomas oculares em alguns pacientes com rinoconjuntivite alérgica, mesmo após a parada do tratamento. Produz uma redução de 63% da necessidade de medicação em pacientes com rinoconjuntivite ou conjuntivite sazonal, mas não em pacientes com conjuntivite perene (grau de evidência A).
A imunossupressão com imunomoduladores pode ser uma opção para casos graves refratários ao tratamento tópico para evitar o uso de corticoides sistêmicos e seus efeitos adversos. Tanto o tacrolimus quanto a ciclosporina agem inibindo a calcineurina, que geralmente ativa o fator nuclear e causa proliferação e ativação de células T.
A inibição da calcineurina inibe a produção e ativação de citocinas pelas células T e o processo inflamatório crônico. Um mínimo de 12 semanas de terapia com ciclosporina sistêmica na dose diária de 3 a 5 mg/kg pode ser benéfica no tratamento da dermatite atópica.
Os anticorpos monoclonais podem ser usados no controle de doenças alérgicas e também como alternativa nas alergias oculares. O anticorpo monoclonal anti IgE amalizumab, que é indicado para o tratamento da asma e urticária crônicas, também demonstrou ter efeito apesar de incompleto, no controle da ceratoconjuntivite vernal grave. O anti Il4 dupilumab, indicado para dermatite atópica, asma grave e rinosinusite crônica, também poderá ser benéfico no tratamento da conjuntivite alérgica.
O tratamento cirúrgico na conjuntivite alérgica inclui a ceratectomia superficial para úlceras/placas em escudo; a excisão de papilas gigantes associada com recobrimento conjuntival, de mucosa oral ou transplante de membrana amniótica; a cirurgia reconstrutora com transplante de células tronco límbicas.
A intervenção cirúrgica é reservada para pacientes com doença ameaçadora à visão, caracterizada pela presença de grandes papilas, úlceras em escudo ativas/extensas e deficiência de células tronco limbares com extensa conjuntivalização. Geralmente são refratários à terapia farmacológica e precisam ser monitorados para complicações como infecção, opacidade de córnea permanente, catarata e glaucoma.
Monitorização indicado pelo guindeline
Casos leves: rever a cada quatro semanas e manter tratamento até melhora dos sintomas;
Casos moderados intermitentes ou perene: rever a cada quatro semanas (se controlados, tratar quatro semanas e considerar suspender colírios. Se não controlados, tratar como casos graves). Considerar corticoide leve se houver envolvimento corneano leve e imunoterapia específica em situações persistentes ou com outras manifestações;
Casos graves: rever a cada duas semanas. Se controlados, diminuir corticoide a cada três dias. Se não controlados, rever o diagnóstico. Considerar terapia com biológicos e imunoterapia específica.
Fonte: PedMed – Juliana Rosa
Ronconni CS, et al. Brazilian guidelines for the monitoring and treatment of pediatric allergic conjunctivitis. Diretrizes brasileiras sobre o monitoramento e tratamento da conjuntivite alérgica pediátrica. Arq. Bras. Oftalmol. 2021 Nov. doi: 10.5935/0004-2749.20220053
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.
Fique por dentro das principais novidades em gestão de saúde. Acompanhe o blog da Phelcom.
Um estudo realizado em São José do Rio Preto (SP) usou retinografia portátil para identificar alterações retinianas em pacientes internados com covid-19. O trabalho ocorreu em junho de 2021, no Hospital de Base, e ganhou como melhor pôster do Congresso de Oftalmologia da USP, no ano passado.
Os pesquisadores utilizaram o smartdevice Phelcom Eyer para fazer o exame em 51 pacientes, sendo 30 homens e 21 mulheres, com idade entre 21 e 83 anos. Acoplado a um smartphone, o aparelho realiza exames de fundo do olho em alta qualidade e em poucos minutos. Por ser conectado à uma plataforma on-line, o Eyer Cloud, permite o diagnóstico remoto e garante a segurança dos dados na nuvem.
Ao todo, 41,2% sofriam com hipertensão arterial sistêmica e 23,5%, com diabetes mellitus. Além disso, 11,7% alegaram piora da acuidade visual, mas não foi detectado nenhum achado nestes pacientes. Dentre as principais modificações na retina detectadas, estão:
Hemorragias intrarretinianas – 19,6%;
Exsudatos algodonosos – 1,9%;
Dilatação venosa – 13,7%;
Tortuosidade vascular – 25,4%;
Cruzamento arteriovenoso patológico – 11,7%.
Todos os pacientes estavam em uso de dexametasona 6 mg/dia, anticoagulação profilática e necessitaram de oxigênio.
Dos 10 pacientes com hemorragias intrarretinianas, 80% tinham hipertensão arterial e/ou diabetes. O paciente com exsudatos algodonosos é portador de diabetes. Apenas 14,2% dos com dilatação venosa apresentavam hipertensão arterial e/ou diabetes. O cruzamento arteriovenoso patológico também pode justificar esses achados.
“Alguns pacientes, mesmo sem queixas, tinham alterações vasculares no fundo de olho. Como não temos registro prévio, não é possível atribuir a causa dessas alterações à doença, pois podem ter sido provocadas por outros problemas, como hipertensão ou diabetes, por exemplo. No entanto, alguns pacientes sem comorbidades também tiveram essas alterações. Portanto, existe a possibilidade de terem sido causadas pelo covid-19”, explica um dos autores do trabalho, o médico residente em oftalmologia Antônio Augusto de Andrade Cunha Filho.
Retinografia portátil e covid-19
Filho afirma que a retinografia portátil é útil na avaliação de pacientes internados com covid-19. “Os pacientes estavam isolados em quarto de enfermaria. Portanto, não poderiam sair para realizar o exame no retinógrafo de mesa. O Eyer, pela sua portabilidade e fácil higienização, foi a solução perfeita para a realização do estudo”, conta.
O médico ressalta que mais estudos são necessários para melhor entendimento dos resultados. “Isso pode incluir uma maior amostragem, o acompanhamento longitudinal de pacientes e avaliação multimodal por métodos como retinografia aufluorescente, angiofluoresceinografia e tomografia de coerência óptica”, aponta.
Phelcom Eyer
Como uma das vantagens do equipamento, Filho destaca a plataforma on-line Eyer Cloud. “Os exames ficam extremamente organizados por data e é possível criar clínicas para organizar os pacientes examinados em um serviço ou em outro”, fala.
Sobre o aparelho, Filho afirma que é surpreendente, inovador, rápido e de fácil manuseio. “A qualidade de imagem é muito boa, tanto que nos permitiu ver detalhes na avaliação”, finaliza.
Phelcom Technologies
O Eyer é o primeiro equipamento da Phelcom Technologies, startup que une tecnologia e saúde, com sede em São Carlos (SP). Lançado em abril de 2019, a tecnologia já alcançou 500 mil pessoas em todo o Brasil e em países como Estados Unidos, Chile e Japão.
A startup cria dispositivos portáteis, conectados e vestíveis com o propósito de democratizar o acesso à saúde, oferecendo mais com menos e para mais pessoas.
Para mais informações sobre o estudo, entre em conato com o autor pelo e-mail augustoacunha@gmail.com
Recentemente, o apresentador Tiago Leifert e sua esposa, a jornalista Daiana Garbin, anunciaram que a filha Lua, de apenas um ano, foi diagnosticada com retinoblastoma, um tipo de câncer ocular raro que afeta exclusivamente crianças. De acordo com a Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (TUCCA), 400 novos casos são diagnosticados por ano no Brasil.
A doença é classificada em dois tipos, germinal e somático, e apresenta alta taxa de cura quando identificada no início: 90%. Entretanto, 50% dos pacientes são diagnosticados já em estágio avançado – como é o caso da pequena Lua. Por isso, é fundamental o diagnóstico precoce.
Neste artigo, entenda mais sobre o retinoblastoma, os sinais, como identificar a doença e os tratamentos indicados.
Retinoblastoma – o que é
O retinoblastoma é um câncer ocular infantil, sendo mais comum em crianças no primeiro ano de vida. Também pode ser diagnosticado como neoplasia, ou seja, uma massa de tecido anormal que possui crescimento de forma organizada.
A enfermidade pode ser classificada comogerminal, o que significa que a criança pode haver herdado de um dos pais, como também, e mais frequente, haver sofrido uma mutação logo nas primeiras divisões do zigoto.
O retinoblastoma germinal corresponde a ⅓ dos casos e usualmente é classificado como múltiplo. Em outras palavras, afeta ambos os olhos ou apresenta mais de um foco tumoral no mesmo olho. Crianças com esse tipo geralmente são diagnosticadas no primeiro ano de vida.
A segunda classificação é a somática e corresponde a ⅔ dos casos. Nesse tipo, ocorre sempre como um único tumor e sua mutação é a mesma que o germinal. Entretanto, sucede mais tardiamente durante a vida embrionária e seu diagnóstico e sintomatologia é tardio, ao redor dos dois anos. Dentro das classificações da doença, há o retinoblastoma unilateral, que afeta apenas um dos olhos, e o retinoblastoma bilateral, que pode atingir um ou os dois olhos.
Retinoblastoma – sinais
O principal sinal do retinoblastoma é o reflexo, área branca e opaca na pupila que ocorre pela massa dentro do olho, que tem porções claras e devolve a luz ao observador. É popularmente conhecida como “olho de gato” e pode ser vista em fotos tiradas com flash – quando não utilizado o modo redutor de olhos vermelhos – em determinadas posições e iluminações.
Dessa forma, o olho alterado apresenta reflexo brilhante e não reflexo vermelho ou não brilhante. Identificando tais alterações, um oftalmologista deve ser acionado com urgência e, ainda que o diagnóstico não seja retinoblastoma, os sinais apresentados podem causar perda de visão, já que essa está em desenvolvimento na infância.
Além desse, outros indícios podem surgir, como:
Estrabismo;
Inflamação;
Dor;
Inchaço;
Perda de visão;
Vermelhidão da parte branca do olho;
Sangramento na parte anterior do olho;
Alteração na coloração da íris;
Globo ocular maior que o normal.
Retinoblastoma – exames
O Teste do Olhinho, realizado na maternidade assim que o bebê nasce, pode ajudar a perceber anomalias nos olhos. O exame é obrigatório no Brasil e é realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Além dele, é fundamental que os pais levem seus filhos ao oftalmologista para acompanhamento preventivo, pois algumas doenças, como a ambliopia, podem passar despercebidas pelo exame.
Exames como retinografia, ultrassonografia bidimensional e ressonância magnética identificam o retinoblastoma, além de outras enfermidades, e são necessários para um diagnóstico preciso.
Retinoblastoma – tratamento
Com o diagnóstico precoce, os tumores podem ser tratados com métodos como laserterapia e crioterapia, salvando o olho afetado e proporcionando visão útil para a criança. Em casos mais graves, como a enucleação (remoção da massa ocular), é possível colocar uma prótese de aparência similar ao olho, proporcionando um resultado estético satisfatório.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein e Eduardo Ferrari Marback, médico oftalmologista, Professor Associado II na Universidade Federal da Bahia (UFBA) com treinamento em Cirurgia da Catarata, Oncologia Ocular e Patologia Ocular.
Acompanhe o blog da Phelcom e conheça mais detalhes sobre doenças raras que afetam os olhos.
Com o avanço da tecnologia, a interoperabilidade na saúde torna-se cada vez mais essencial na otimização de processos, redução de custos e melhora na qualidade do atendimento. Isso porque a integração dos dados clínicos gera mais segurança ao paciente e aos profissionais da área, além de permitir que o atendimento ocorra em qualquer lugar.
Entretanto, esse processo pode ser um verdadeiro desafio no Brasil. De fato, não basta apenas trabalharmos com ferramentas e sistemas de gestão de ponta. É preciso padronização para que falem a mesma língua.
Em seguida, entenda mais o que é interoperabilidade na saúde, os benefícios e como implementá-la.
Interoperabilidade na saúde – o que é
Basicamente, interoperabilidade na saúde é a capacidade de comunicação, troca de informações e o emprego dos dados compartilhados pelos vários sistemas de informação e aplicativos de software sem a intervenção humana.
Isto é, após receber as informações, os próprios sistemas processam os dados e conversam entre si depois da implantação de algumas normas-padrão. Desse modo, é possível trabalharem simultaneamente, independentemente das características digitais de cada um, como arquitetura de software, template, funcionalidades etc.
Com isso, é possível trocar informações clínicas entre as diferentes ferramentas usadas, produzindo mais dados e cuidados melhores do paciente.
Assim, permite a comunicação e integração entre sistemas de gestão de clínicas, consultórios e hospitais que atuam em todos os níveis de atenção ao paciente. Dessa forma, a instituição pode fazer o rastreamento dos serviços usados pelo paciente, por exemplo, e até um levantamento mais amplo da população.
Dentre diversas outras ferramentas, o prontuário eletrônico também é uma ótima tecnologia para o compartilhamento, com segurança, dos dados do paciente com outros profissionais envolvidos no atendimento, por exemplo.
Para isso, é preciso disponibilizar os dados de forma que outros sistemas também consigam acessá-los e integrá-los. Atualmente, essa é uma grande barreira para a implantação da interoperabilidade, já que cada sistema possui linguagem e lógica próprias.
Sem dúvida, a tecnologia empregada na saúde traz diversas vantagens. A visão completa da saúde do paciente é uma das principais devido à união das informações vindas de vários sistemas. Por exemplo, os dados levantados em consulta por um médico podem ser analisados pelo laboratório, hospital ou outro especialista.
Com certeza, isso aumenta significativamente o sucesso no tratamento e diagnósticos precoces. Dessa maneira, também contribui com o a maior assertividade dos profissionais.
Outro benefício é a agilidade nos processos, pois preenche os dados apenas uma vez no sistema e as demais pontas têm acesso ao sistema completo. Com isso, permite uma comunicação mais fluída entre todos os envolvidos e a realização de uma terapia multidisciplinar mais efetiva. Ainda por cima, em uma local prático e seguro.
Ao ter acesso facilitado e completo às suas próprias informações de saúde, o paciente também pode se comprometer mais com o tratamento. Além do resultado melhor ao paciente, o médico também ganha tempo para outros cuidados.
Por fim, a interoperabilidade na saúde garante mais agilidade nos procedimentos, integra melhor às equipes, melhora a gestão de processos internos, melhora a qualidade de dados, diminui atividades repetitivas e facilita a transmissão de informações.
Interoperabilidade na saúde – sistemas
A implantação da interoperabilidade na saúde precisa da utilização de protocolos específicos. São eles que converterão os dados automaticamente, sem a necessidade de intervenção humana.
Há várias organizações que unificam esses protocolos, como por exemplo o TISS e o HL7 International.
O sistema TISS (Troca de Informação de Saúde Suplementar) é o padrão utilizado entre as instituições de saúde suplementar e os planos de saúde. Ele obedece aos critérios de interoperabilidade indicados pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Dentre suas principais vantagens, estão uniformizar as ações administrativas, aperfeiçoar os registros de dados, facilitar o financiamento de medidas de avaliação e a gestão financeira de operadores de planos de saúde.
Já HL7 (Health Level Seven International), por meio do sistema FHIR, permite a criação de protocolos de transmissão de mensagens entre aparelhos, base de dados e sistemas de gestão em saúde.
Em relação aos padrões de terminologia ou dados em saúde, foram produzidos vocabulários e códigos para padronizar conceitos clínicos, como doenças, diagnósticos, fármacos, técnicas e procedimentos, dentre outros.
Como exemplo, há a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças, revisão 11), que começou a valer a partir de 1º de janeiro de 2022. O documento é a base para identificar tendências e estatísticas de saúde em todo o mundo e contém cerca de 55 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de morte. Ou seja, essencial para o trabalho de médicos em todo o mundo.
A tabela fornece uma linguagem comum que permite aos profissionais da área compartilhar informações de saúde em nível global de modo padronizado.
Além disso, o próprio número SUS, muitas vezes, não é único para o mesmo paciente. Além do indexador do número SUS, existem inúmeros outros, como CPF, RG, nome etc. Ou seja, o Brasil não possui uma política única que consiga facilitar a interoperabilidade.
Para implementar o processo na sua clínica, é preciso investir em sistemas de gestão assistenciais, treinamento da equipe e na humanização do atendimento por meio dessas ferramentas.
Por fim, vale ressaltar que a interoperabilidade na saúde é um meio para um fim. Entretanto, há uma quantidade significativa de padrões que podem dificultar as escolhas dentre os vários sistemas com os quais uma instituição de saúde deve interagir, por exemplo.
Desse modo, é fundamental determinar corretamente as políticas, as guias e os padrões a serem implantados.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.
Fique por dentro das principais novidades em gestão de saúde. Acompanhe o blog da Phelcom.
Preencha o formulário abaixo e entraremos em contato em breve.
Solicitar orçamento
Nossa equipe entrará em contato com você em breve.
Fechar
…complete suas informações
Depois
Obrigado por completar suas informações
FECHAR
Depois
Solicite e comece SEU TEST DRIVE
Por favor, preencha o formulário abaixo que entraremos em contato.
Obrigado!
Nosso time comercial logo entrará em contato para finalizar o processo.
FECHAR
Later
Solicite mais informações
Por favor preencha o formulário abaixo e entraremos em contato com você.
Obrigado!
Nossa equipe comercial entrará em contato em breve para finalizar o processo. Nossa equipe comercial entrará em contato em breve para finalizar o processo.
Nós utilizamos cookies para possibilitar e aprimorar sua experiência em nosso site. Ao clicar em "Permitir todos os cookies", esse popup será fechado e você estará concordando com a coleta e uso de cookies. Para saber mais, visite nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.