Varíola dos macacos e olhos: veja como identificar a doença

Varíola dos macacos e olhos: veja como identificar a doença

O Brasil tem mais de 8,5 mil casos confirmados de varíola dos macacos, de acordo com o Ministério da Saúde. Até o momento, seis pacientes morreram em decorrência da doença no país.

Dentre os principais sintomas, estão febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, aparecimento de lesões na pele e manifestações oftalmológicas. Segundo estimativas, 20% a 25% dos pacientes apresentam conjuntivite.

Por isso, a recomendação é que os oftalmologistas fiquem atentos aos sinais oculares da doença. Em seguida, entenda melhor a relação entre varíola dos macacos e olhos e como identificar a doença.

Primeiro caso confirmado a partir de conjuntivite

O primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil foi registrado em 9 de junho deste ano. No final de agosto, o Hospital dos Olhos, em São Paulo, confirmou o primeiro paciente positivo por meio de exame de coleta de secreção ocular.

Trata-se de um profissional da saúde que, quatro dias depois de apresentar lesões cutâneas, cefaleia e mialgia, teve lacrimejamento e irritação ocular. O oftalmologista colheu material dos olhos para exame microbiológico e, após alguns dias, o resultado do teste RT-PCR deu positivo para varíola dos macacos.

Além do tratamento convencional para a doença, o paciente cuidou dos olhos com compressa local, lubrificante ocular e colírio antibiótico para evitar infecção secundária.

As amostras coletadas em laboratórios diferentes foram comparadas e identificou-se uma concentração de carga viral elevada para a monkeypox. Ou seja, correlacionaram que nesse paciente, que têm lesões com positividade para exames cutâneos, ocorreu positividade para exames oftalmológicos.

A partir disso, o exame do olho pode eventualmente auxiliar no diagnóstico para a doença.

Varíola e olhos: sintomas nos olhos

Além de conjuntivite, o paciente pode apresentar outras manifestações oculares. Dessa forma, começam a ser veiculadas informações úteis em sites como o Metrópoles, que estressam os seguintes sinais e sintomas de atenção:

  • Aumento dos gânglios linfáticos perioculares;
  • Formação de vesículas na órbita e ao redor dos olhos;
  • Blefarite;
  • Lesão foco conjuntival;
  • Úlcera na córnea;
  • Fotofobia ou aversão à luz;
  • Ceratite;
  • Perda da visão.

Assim, a orientação atual é que os oftalmologistas considerem a varíola dos macacos como diagnóstico diferencial em casos com esses tipos de manifestações oftalmológicas. Em alguns quadros, os sintomas nos olhos podem até ser mais frequentes em relação aos outros órgãos.

Em entrevista ao Viva Bem, o oftalmologista Pedro Antônio Nogueira Filho reitera que o período de incubação pode ser de até duas semanas e de transmissão, três. “Se o paciente está lacrimejando, a partir do momento em que há contato com outra pessoa, esse vírus pode se manifestar a partir dessa contaminação inicial”, explica.

alergia ocular em crianças e adolescentes

Varíola dos macacos e olhos: como evitar

Até o momento, a maior parte dos casos documentados de conjuntivite devido à varíola dos macacos não evoluiu para um estágio muito grave. O tratamento pode durar de duas a quatro semanas.

Para prevenir a contaminação pelos olhos, busque higienizar as mãos frequentemente; evite tocar olhos, ouvidos e nariz; não compartilhe e nem utilize colírios por conta própria; use máscara e não compartilhe objetos de uso pessoal como talheres, toalhas de rosto, fronhas e lençóis.

 

Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.

Acompanhe o blog da Phelcom e fique por dentro das principais novidades sobre varíola dos macacos e olhos.

Metade dos brasileiros afirma ter dificuldades de visão, diz pesquisa

Metade dos brasileiros afirma ter dificuldades de visão, diz pesquisa

Metade da população brasileira com 16 anos ou mais afirma ter dificuldades de visão. A maioria (58%) não tem o hábito de consultar-se com oftamologista anualmente e 10% afirmam ter diabetes, principal causa de cegueira evitável.

Estes são alguns dados da Pesquisa sobre Saúde Ocular, realizada Instituto Datafolha e encomendada pela AbbVie, em outubro de 2021. Ao todo, foram entrevistados 2.088 brasileiros com 16 anos ou mais em todas as regiões do país.

De acordo com o Atlas Vision, publicado pela IABP (International Agency for Blindeness Prevention) em 2020, estima-se que no Brasil quase 30 milhões de pessoas sofrem com perda de visão, sendo que 1,8 milhão são cegos.

Em seguida, veja mais dados levantados pela pesquisa e quais são as principais dificuldades de visão relatadas pelos brasileiros.

Pesquisa sobre dificuldades de visão

Segundo a pesquisa, um em cada três brasileiros afirmou não ir ao consultório de especialistas ou não se lembrar de ter ido. Em relação aos que frequentam um oftalmologista, 34% disseram que a última consulta foi há dois anos ou mais.

Quase todos (95%) os pacientes que visitam um oftalmologista realizam somente o “teste de letrinha” para medir grau de correção visual. Já outros exames, como mapeamento de retina, são realizados por quatro em cada dez pacientes e 5% dos que se consultam com especialistas não realizam nenhum teste.

O mapeamento da retina é fundamental para detectar doenças como retinopatia diabética, glaucoma, Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), retinopatia hipertensiva, deslocamento de retina, tumores, retinopatia da prematuridade e até doenças reumáticas, neurológicas ou do sangue.

Há três anos no mercado, o smartdevice Phelcom Eyer permite realizar exames de retina de alta qualidade, em poucos minutos e sem a necessidade de dilatação da pupila. Por ser portátil e acoplado a um smartphone, pode ser utilizado com mais facilidade em

Integrado a uma plataforma online, o Eyer Cloud, envia os dados automaticamente para análise de especialistas alocados em qualquer lugar do mundo. Ou seja, permite o diagnóstico remoto.

Phelcom Eyer

retinopatia pelo HIV

Exame de retina feito com o Phelcom Eyer.

Com tecnologia de ponta, o Eyer oferece o que há de mais moderno em retinografia portátil para prevenção e diagnóstico de doenças relacionadas à visão. Conheça todas as vantagens:

Alta qualidade

A tecnologia patenteada pela Phelcom permite que exames de alta qualidade sejam realizados em um equipamento portátil integrado ao smartphone.

Telemedicina

Os exames gerados com o Eyer são automaticamente sincronizados com a internet, habilitando o diagnóstico remoto.

Área de atenção

O Eyer possui funções inteligentes para auxílio ao diagnóstico médico e a captura dos exames de retina.

Conectividade

O Eyer é naturalmente conectado por ser integrado ao smartphone, facilitando o compartilhamento e acesso de dados dos exames na nuvem.

Não midriático

Com o Eyer, é possível realizar exames de retina em qualquer local sem a necessidade de usar colírios para a dilatação da pupila. Desse modo, gera mais conforto ao paciente e rapidez no exame.

Autofoco

Com a função Autofoco, é possível compensar os erros refrativos do paciente no intervalo de -20D até +20D. Isso permite exames de retina com alto nível de detalhes.

Acessível

O Eyer permite a democratização do acesso à tecnologia de exames de retina através de modelos de negócio inovadores e mais acessíveis.

Fácil operação

Qualquer profissional de saúde minimamente treinado pode usar o Eyer para realizar exames de retina de alta qualidade em menos de 1 minuto. Isto é, garante diagnósticos mais rápidos e precisos.

Panorâmicas

O Eyer gera exames panorâmicos com campo visual de mais de 100 graus. Isso porque o aparelho possui pontos de fixação interna que auxiliam na captura e geração das panorâmicas.

Portabilidade

Por ser portátil, o Eyer pode realizar exames em qualquer lugar e ter o diagnóstico emitido remotamente. Portanto, essa característica auxilia na democratização da saúde uma vez que 85% das cidades brasileiras não tem acesso a especialistas e aparelhos que façam o diagnóstico de doenças nos olhos.

Baixo custo

A portabilidade e o tamanho reduzido permitem que o Eyer apresente um custo muito mais baixo em relação aos retinógrafos tradicionais. Isso mesmo com tecnologias de ponta aplicadas na produção do aparelho.

Além disso, possibilita a redução do tempo de atendimento e de custos operacionais. Isso porque, principalmente, diminui o deslocamento de pacientes a hospitais e grandes centros urbanos, já que o diagnóstico pode ser realizado por especialistas e profissionais de referência localizados em qualquer parte do mundo.

Prevenção e diagnóstico

Aumento na prevenção e diagnóstico precoce de doenças como retinopatia diabética, glaucoma, catarata, degeneração macular relacionada à idade (DMRI), retinoblastoma, deslocamento da retina, retinopatia da prematuridade e cegueira, dentre outros.

Phelcom Technologies

O Eyer é o primeiro equipamento da Phelcom Technologies, startup que une tecnologia e saúde, com sede em São Carlos (SP). Lançado em abril de 2019, a tecnologia já alcançou 500 mil pessoas em todo o Brasil e em países como Estados Unidos, Chile e Japão.

A startup cria dispositivos portáteis, conectados e vestíveis com o propósito de democratizar o acesso à saúde, oferecendo mais com menos e para mais pessoas.

O Eyer visa auxiliar no combate à deficiência visual grave e cegueira mundial. Aliás, esses problemas atingem mais de 250 milhões de pessoas. Além disso, ocorre em mais de 75% dos casos por conta da falta de prevenção e correto tratamento.

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Nova tecnologia realiza o diagnóstico precoce e monitoramento remoto do glaucoma

Nova tecnologia realiza o diagnóstico precoce e monitoramento remoto do glaucoma

O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo todo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença atinge 80 milhões de pessoas. Só no Brasil, são 1,2 milhão de casos, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Conforme estimativas da OMS, o problema afetará 111,5 milhões em 2040. Especialistas atribuem esse aumento a dois fatores: o envelhecimento da população e o crescimento nos diagnósticos.

Um outro dado alarmante é que, na maioria dos casos, a disfunção é assintomática na fase inicial. Por exemplo, um levantamento do CBO apontou que 80% dos portadores não apresentam sintomas. Por isso, é tão difícil a detecção precoce.

Recentemente, uma startup israelense desenvolveu um dispositivo que faz o diagnóstico e monitoramento remoto do glaucoma por meio da medição da pressão intraocular. Em seguida, conheça mais a tecnologia e como ela deve ajudar no controle da doença.

IOPerfect™ – monitoramento remoto do glaucoma

monitoramento remoto do glaucoma

Semelhante aos óculos de realidade virtual, a tecnologia IOPerfect™ aplica pressão controlada a base de ar nos olhos, ao mesmo tempo que câmeras registram o comportamento das veias e artérias do oculares.

Em seguida, as imagens são examinadas pela inteligência artificial (IA) e os resultados são disponibilizados para telediagnóstico do médico. Todo esse processo ocorre em 90 segundos, de acordo com informações disponibilizadas no site da empresa.

O exame pode ser feito pelo próprio paciente, já que não é necessária a dilatação da pupila e nem calibração constante do aparelho. É o primeiro dispositivo de medição de pressão intraocular sem contato baseado em IA do mundo.

Dessa forma, o monitoramento remoto do glaucoma poderá auxiliar no diagnóstico precoce e controle da doença, com a triagem e encaminhamento ao tratamento mais rapidamente. Isso também pode diminuir os altos gastos de pacientes e instituições de saúde no combate ao problema.

A empresa prevê que o equipamento seja aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) neste ano e entre no mercado dos Estados Unidos e Europa em 2023.

A tecnologia foi desenvolvida pela startup Ophtalmic Sciences, de Israel, que declarou que pretende usar a mesma base da IA para facilitar o diagnóstico de mais doenças oftalmológicas.

Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.

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Retinoblastoma: o que é e como perceber os sinais

Retinoblastoma: o que é e como perceber os sinais

Recentemente, o apresentador Tiago Leifert e sua esposa, a jornalista Daiana Garbin, anunciaram que a filha Lua, de apenas um ano, foi diagnosticada com retinoblastoma, um tipo de câncer ocular raro que afeta exclusivamente crianças. De acordo com a Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (TUCCA), 400 novos casos são diagnosticados por ano no Brasil.

A doença é classificada em dois tipos, germinal e somático, e apresenta alta taxa de cura quando identificada no início: 90%. Entretanto, 50% dos pacientes são diagnosticados já em estágio avançado – como é o caso da pequena Lua. Por isso, é fundamental o diagnóstico precoce.

Neste artigo, entenda mais sobre o retinoblastoma, os sinais, como identificar a doença e os tratamentos indicados.

Retinoblastoma – o que é

 

O retinoblastoma é um câncer ocular infantil, sendo mais comum em crianças no primeiro ano de vida. Também pode ser diagnosticado como neoplasia, ou seja, uma massa de tecido anormal que possui crescimento de forma organizada.

A enfermidade pode ser classificada como germinal, o que significa que a criança pode haver herdado de um dos pais, como também, e mais frequente, haver sofrido uma mutação logo nas primeiras divisões do zigoto.

O retinoblastoma germinal corresponde a ⅓ dos casos e usualmente é classificado como múltiplo. Em outras palavras, afeta ambos os olhos ou apresenta mais de um foco tumoral no mesmo olho. Crianças com esse tipo geralmente são diagnosticadas no primeiro ano de vida.

A segunda classificação é a somática e corresponde a ⅔ dos casos. Nesse tipo, ocorre sempre como um único tumor e sua mutação é a mesma que o germinal. Entretanto, sucede mais tardiamente durante a vida embrionária e seu diagnóstico e sintomatologia é tardio, ao redor dos dois anos. Dentro das classificações da doença, há o retinoblastoma unilateral, que afeta apenas um dos olhos, e o retinoblastoma bilateral, que pode atingir um ou os dois olhos.

Retinoblastoma – sinais

O principal sinal do retinoblastoma é o reflexo, área branca e opaca na pupila que ocorre pela massa dentro do olho, que tem porções claras e devolve a luz ao observador. É popularmente conhecida como “olho de gato” e pode ser vista em fotos tiradas com flash – quando não utilizado o modo redutor de olhos vermelhos – em determinadas posições e iluminações.

Dessa forma, o olho alterado apresenta reflexo brilhante e não reflexo vermelho ou não brilhante. Identificando tais alterações, um oftalmologista deve ser acionado com urgência e, ainda que o diagnóstico não seja retinoblastoma, os sinais apresentados podem causar perda de visão, já que essa está em desenvolvimento na infância. 

Além desse, outros indícios podem surgir, como:

  • Estrabismo;
  • Inflamação;
  • Dor;
  • Inchaço;
  • Perda de visão;
  • Vermelhidão da parte branca do olho;
  • Sangramento na parte anterior do olho;
  • Alteração na coloração da íris;
  • Globo ocular maior que o normal.

 

Retinoblastoma – exames

O Teste do Olhinho, realizado na maternidade assim que o bebê nasce, pode ajudar a perceber anomalias nos olhos. O exame é obrigatório no Brasil e é realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Além dele, é fundamental que os pais levem seus filhos ao oftalmologista para acompanhamento preventivo, pois algumas doenças, como a ambliopia, podem passar despercebidas pelo exame.

Exames como retinografia, ultrassonografia bidimensional e ressonância magnética identificam o retinoblastoma, além de outras enfermidades, e são necessários para um diagnóstico preciso.

retinoblastoma

Retinoblastoma – tratamento

 

Com o diagnóstico precoce, os tumores podem ser tratados com métodos como laserterapia e crioterapia, salvando o olho afetado e proporcionando visão útil para a criança. Em casos mais graves, como a enucleação (remoção da massa ocular), é possível colocar uma prótese de aparência similar ao olho, proporcionando um resultado estético satisfatório.

Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein e Eduardo Ferrari Marback, médico oftalmologista, Professor Associado II na Universidade Federal da Bahia (UFBA) com treinamento em Cirurgia da Catarata, Oncologia Ocular e Patologia Ocular. 

Acompanhe o blog da Phelcom e conheça mais detalhes sobre doenças raras que afetam os olhos.

Uma a cada dez pessoas tem diabetes no mundo. Metade não sabe que possui a doença

Uma a cada dez pessoas tem diabetes no mundo. Metade não sabe que possui a doença

Há muito tempo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta sobre o perigo do diabetes. A doença cresce ano a ano em todo o mundo e, nos últimos 40 anos, quadruplicou o número de casos.

De acordo com a 10ª edição do Atlas da Diabetes, publicação da Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês) e pré-divulgada recentemente, 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos têm diabetes no mundo. Um crescimento de 16% em relação a 2019.

Isso equivale a um diabético a cada dez pessoas. E esse cenário fica ainda pior: quase metade (44,7%) nem imagina que enfrenta a doença. Para os próximos anos, a projeção é de 643 milhões de diabéticos em 2030 e de 784 milhões em 2045.

O estilo de vida, a falta de acesso à saúde nos países em desenvolvimento e a atual pandemia, que acentuou o sedentarismo, a má alimentação e postergou cuidados médicos, são os principais fatores para esses números. Em seguida, veja mais dados preliminares apresentados pela IDF.

Diabetes no mundo

De acordo com o levantamento, feito a cada dois anos, 10,5% da população mundial têm diabetes. Dessa forma, o número supera, proporcionalmente, o crescimento da população global. Até então, a cada 11 pessoas, uma era diabética.

Além disso, 44,7% nem sequer sabem que estão doentes. O que pode agravar muito o diabetes, já que as pessoas só buscam ajuda quando surgem os sintomas. Sem dúvida, esse dado é preocupante. A falta de controle pode acarretar outros problemas graves, como cegueira, lesões no rim, alterações no coração e até a morte.

A doença também é uma das que mais mata: 6,7 milhões de pessoas perderam a vida devido ao diabetes. Isto é: a cada cinco segundos, uma pessoa morreu em decorrência do problema. Essa conta ainda não inclui os óbitos decorrentes de complicações de outras enfermidades que foram agravadas devido ao diabetes, como a covid-19.

A presença da doença é muito maior nos países em desenvolvimento: 81% dos adultos doentes vivem nestas localidades. Ou seja, 4 a cada 5 diabéticos. Segundo o atlas, 32 milhões de diabéticos são da América Latina e América Central.

Tanta gente doente custa muito dinheiro: US$ 966 bilhões de gasto mundial com saúde, alta de 316% nos últimos 15 anos, segundo a IDF.

Diabetes no Brasil

Na edição de 2019, eram 16,8 milhões de diabéticos no Brasil. No ranking mundial, estamos em 5º lugar atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.

Entre as capitais brasileiras, o Rio de Janeiro destaca-se com o maior índice de diagnósticos no país: 11,2%. Em seguida, está Maceió (11%) e Porto Alegre (10%). A doença também atinge mais mulheres (9%) do que homens (7,3%) por aqui.

Os dados são da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2020, do Ministério da Saúde.

Em relação aos custos investidos no tratamento dos diabéticos brasileiros de 20 a 79 anos, o Atlas estima US$ 52,3 bilhões ao ano. Isso equivale a US$ 3 mil dólares por adulto.

Mais dados sobre o Brasil devem ser publicados na edição completa, com previsão de lançamento em 6 de dezembro.

Causas

Especialistas afirmam que o diabetes está saindo do controle e que falta informação e conscientização para prevenção. O estilo de vida atual é um dos principais fatores para o número cada vez mais alto da doença. Sedentarismo e má alimentação, com uma dieta rica em gorduras e carboidratos, vem gerando problemas como hipercolesterolemia, hipertensão, sobrepeso, obesidade e pré-diabetes, dentre outros.

Em países de baixa e média renda, que possuem o maior número de diabéticos, falta acesso à saúde, que retardam diagnósticos, tratamentos e até a orientação a uma alimentação balanceada.

Diabetes e olhos

Uma das possíveis complicações da diabetes é nos olhos. De acordo com estudo da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), 40% das pessoas que sofrem com o diabetes apresentam alterações oftalmológicas.

Dentre elas, está a retinopatia diabética. Hoje, cerca de 40% dos 4 milhões de brasileiros diagnosticados com retinopatia possuem diabetes. De fato, a duração da diabetes e o descontrole da glicemia têm uma relação direta com a retinopatia.

retinopatia diabética

Fonte: Infográfico retinopatia diabética – revista Saúde

Essa doença subdivide-se em dois tipos: pré-proliferativa, que não requer tratamento com laser, e proliferativa, em que ocorrem neovasos e também precisa de terapia.

Para o diagnóstico do tipo correto, é preciso avaliar o fundo de olho por meio de exames.

A doença também pode provocar glaucoma. O Ministério da Saúde estima que portadores de diabetes têm 40% mais chances de desenvolver o problema.

Além disso, diabéticos tem 60% mais chances de terem catarata mais precoce. Nesta situação, o problema aparece mais cedo tem uma progressão mais rápida do que a catarata senil. Por isso, é a principal causa da perda de visão em pacientes com diabetes. Entretanto, é reversível com cirurgia.

diabetes

Comparativo entre um olho saudável e com catarata.

Os dados são da revista Universo Visual.

Com toda a certeza, para os portadores de diabetes, é essencial ficar atento a qualquer alteração na visão. Portanto, mesmo que esteja tudo bem, é importante fazer exames periódicos com o oftalmologista.

Isso porque a prevenção e o diagnóstico precoce são as chaves para não ter danos sérios, como deficiência visual grave e até cegueira, em caso de complicações do diabetes.

Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.

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Como a retinografia auxilia no diagnóstico e acompanhamento do nevus de coroide

Como a retinografia auxilia no diagnóstico e acompanhamento do nevus de coroide

O nevus de coroide é uma mancha escura que surge no fundo do olho e só pode ser detectado com exames de rotina, como o mapeamento da retina. Geralmente, o tratamento inclui apenas o acompanhamento anual.

Há também nevus na pele, que são acompanhados pelo dermatologista por meio de dermatoscopia para verificação de possíveis mudanças nas características, como aumento. O mesmo acompanhamento ocorre com as machas no fundo do olho, por exemplo.

Caso apresente crescimento, pode evoluir para estágios muito avançados, como o melanoma de coroide, doença muito rara que atinge menos de 1% dos pacientes diagnosticados com o problema. Esse número equivale a cinco pessoas a cada um milhão.

O melanoma (um tipo de câncer) é assintomático na fase inicial. A estimativa é que 85% dos casos surjam no trato uveal – íris, corpo ciliar e coroide. Quando não identificado no início, pode se alastrar para o fígado como uma metástase.

Para a verificação do tamanho do nevus de coroide, é indicado o exame de retinografia. A seguir, veja como esse exame pode auxiliar no diagnóstico precoce e acompanhamento da doença.

Nevus da coroide – diagnóstico

São nos exames de rotina que o oftalmologista pode identificar o nevus de coroide, já que o distúrbio não é visto a olho nu e, geralmente, não apresenta sintomas iniciais.

O mapeamento de retina é um deles. Ao observar o nevus, o médico pode realizar mais exames para fechar o diagnóstico, como tomografia de coerência óptica (OCT) e retinografia.

A fotografia do fundo do olho é fundamental na detecção e acompanhamento para verificar se a pinta apresenta crescimento. Atualmente, há aparelhos portáteis não midriáticos que realizam o exame rapidamente e armazenam as imagens em uma plataforma on-line e funcional. Com isso, é possível comparar as fotografias ao longo dos anos. Além disso, permite o diagnóstico remoto por especialistas em qualquer lugar do mundo.

nevus de coroide

Caso o nevus cresça, o primeiro diagnóstico pode ser de lesão melanocítica indeterminada, que terá protocolo de exames e acompanhamento definidos pelo médico. Se for observado novo aumento, confirma-se o diagnóstico de melanoma de coroide.

Melanoma de coroide – tratamento

De fato, o melanoma de coroide não tem cura, mas há tratamento e deve ser monitorado pelo resto da vida. Desse modo, a terapia será estabelecida conforme o estado de visão e idade do paciente e a localização e extensão do câncer. Se o diagnóstico ocorreu de forma precoce, há um melhor prognóstico, assim como de todas as doenças.

Em tamanhos pequenos e médios, a braquiterapia é a mais recomendada. Essa cirurgia apresenta taxa de controle de aproximadamente 95% e mantém o olho e, em algumas situações, a capacidade de visão.

Antigamente, o método de controle era a retirada do globo ocular. A enucleação ainda pode ocorrer se o tumor for grande e provocar sintomas como dor intensa, visão ruim e desorganização das estruturas internas. Em alguns casos, também é indicada radioterapia, laserterapia e termoterapia transpupilar.

Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.

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