O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo todo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença atinge 80 milhões de pessoas. Só no Brasil, são 1,2 milhão de casos, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
Conforme estimativas da OMS, o problema afetará 111,5 milhões em 2040. Especialistas atribuem esse aumento a dois fatores: o envelhecimento da população e o crescimento nos diagnósticos.
Um outro dado alarmante é que, na maioria dos casos, a disfunção é assintomática na fase inicial. Por exemplo, um levantamento do CBO apontou que 80% dos portadores não apresentam sintomas. Por isso, é tão difícil a detecção precoce.
Recentemente, uma startup israelense desenvolveu um dispositivo que faz o diagnóstico e monitoramento remoto do glaucoma por meio da medição da pressão intraocular. Em seguida, conheça mais a tecnologia e como ela deve ajudar no controle da doença.
IOPerfect™ – monitoramento remoto do glaucoma
Semelhante aos óculos de realidade virtual, a tecnologia IOPerfect™ aplica pressão controlada a base de ar nos olhos, ao mesmo tempo que câmeras registram o comportamento das veias e artérias do oculares.
Em seguida, as imagens são examinadas pela inteligência artificial (IA) e os resultados são disponibilizados para telediagnóstico do médico. Todo esse processo ocorre em 90 segundos, de acordo com informações disponibilizadas no site da empresa.
O exame pode ser feito pelo próprio paciente, já que não é necessária a dilatação da pupila e nem calibração constante do aparelho. É o primeiro dispositivo de medição de pressão intraocular sem contato baseado em IA do mundo.
Dessa forma, o monitoramento remoto do glaucoma poderá auxiliar no diagnóstico precoce e controle da doença, com a triagem e encaminhamento ao tratamento mais rapidamente. Isso também pode diminuir os altos gastos de pacientes e instituições de saúde no combate ao problema.
A empresa prevê que o equipamento seja aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) neste ano e entre no mercado dos Estados Unidos e Europa em 2023.
A tecnologia foi desenvolvida pela startup Ophtalmic Sciences, de Israel, que declarou que pretende usar a mesma base da IA para facilitar o diagnóstico de mais doenças oftalmológicas.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.
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Recentemente, o apresentador Tiago Leifert e sua esposa, a jornalista Daiana Garbin, anunciaram que a filha Lua, de apenas um ano, foi diagnosticada com retinoblastoma, um tipo de câncer ocular raro que afeta exclusivamente crianças. De acordo com a Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (TUCCA), 400 novos casos são diagnosticados por ano no Brasil.
A doença é classificada em dois tipos, germinal e somático, e apresenta alta taxa de cura quando identificada no início: 90%. Entretanto, 50% dos pacientes são diagnosticados já em estágio avançado – como é o caso da pequena Lua. Por isso, é fundamental o diagnóstico precoce.
Neste artigo, entenda mais sobre o retinoblastoma, os sinais, como identificar a doença e os tratamentos indicados.
Retinoblastoma – o que é
O retinoblastoma é um câncer ocular infantil, sendo mais comum em crianças no primeiro ano de vida. Também pode ser diagnosticado como neoplasia, ou seja, uma massa de tecido anormal que possui crescimento de forma organizada.
A enfermidade pode ser classificada comogerminal, o que significa que a criança pode haver herdado de um dos pais, como também, e mais frequente, haver sofrido uma mutação logo nas primeiras divisões do zigoto.
O retinoblastoma germinal corresponde a ⅓ dos casos e usualmente é classificado como múltiplo. Em outras palavras, afeta ambos os olhos ou apresenta mais de um foco tumoral no mesmo olho. Crianças com esse tipo geralmente são diagnosticadas no primeiro ano de vida.
A segunda classificação é a somática e corresponde a ⅔ dos casos. Nesse tipo, ocorre sempre como um único tumor e sua mutação é a mesma que o germinal. Entretanto, sucede mais tardiamente durante a vida embrionária e seu diagnóstico e sintomatologia é tardio, ao redor dos dois anos. Dentro das classificações da doença, há o retinoblastoma unilateral, que afeta apenas um dos olhos, e o retinoblastoma bilateral, que pode atingir um ou os dois olhos.
Retinoblastoma – sinais
O principal sinal do retinoblastoma é o reflexo, área branca e opaca na pupila que ocorre pela massa dentro do olho, que tem porções claras e devolve a luz ao observador. É popularmente conhecida como “olho de gato” e pode ser vista em fotos tiradas com flash – quando não utilizado o modo redutor de olhos vermelhos – em determinadas posições e iluminações.
Dessa forma, o olho alterado apresenta reflexo brilhante e não reflexo vermelho ou não brilhante. Identificando tais alterações, um oftalmologista deve ser acionado com urgência e, ainda que o diagnóstico não seja retinoblastoma, os sinais apresentados podem causar perda de visão, já que essa está em desenvolvimento na infância.
Além desse, outros indícios podem surgir, como:
Estrabismo;
Inflamação;
Dor;
Inchaço;
Perda de visão;
Vermelhidão da parte branca do olho;
Sangramento na parte anterior do olho;
Alteração na coloração da íris;
Globo ocular maior que o normal.
Retinoblastoma – exames
O Teste do Olhinho, realizado na maternidade assim que o bebê nasce, pode ajudar a perceber anomalias nos olhos. O exame é obrigatório no Brasil e é realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Além dele, é fundamental que os pais levem seus filhos ao oftalmologista para acompanhamento preventivo, pois algumas doenças, como a ambliopia, podem passar despercebidas pelo exame.
Exames como retinografia, ultrassonografia bidimensional e ressonância magnética identificam o retinoblastoma, além de outras enfermidades, e são necessários para um diagnóstico preciso.
Retinoblastoma – tratamento
Com o diagnóstico precoce, os tumores podem ser tratados com métodos como laserterapia e crioterapia, salvando o olho afetado e proporcionando visão útil para a criança. Em casos mais graves, como a enucleação (remoção da massa ocular), é possível colocar uma prótese de aparência similar ao olho, proporcionando um resultado estético satisfatório.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein e Eduardo Ferrari Marback, médico oftalmologista, Professor Associado II na Universidade Federal da Bahia (UFBA) com treinamento em Cirurgia da Catarata, Oncologia Ocular e Patologia Ocular.
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Há muito tempo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta sobre o perigo do diabetes. A doença cresce ano a ano em todo o mundo e, nos últimos 40 anos, quadruplicou o número de casos.
De acordo com a 10ª edição do Atlas da Diabetes, publicação da Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês) e pré-divulgada recentemente, 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos têm diabetes no mundo. Um crescimento de 16% em relação a 2019.
Isso equivale a um diabético a cada dez pessoas. E esse cenário fica ainda pior: quase metade (44,7%) nem imagina que enfrenta a doença. Para os próximos anos, a projeção é de 643 milhões de diabéticos em 2030 e de 784 milhões em 2045.
O estilo de vida, a falta de acesso à saúde nos países em desenvolvimento e a atual pandemia, que acentuou o sedentarismo, a má alimentação e postergou cuidados médicos, são os principais fatores para esses números. Em seguida, veja mais dados preliminares apresentados pela IDF.
Diabetes no mundo
De acordo com o levantamento, feito a cada dois anos, 10,5% da população mundial têm diabetes. Dessa forma, o número supera, proporcionalmente, o crescimento da população global. Até então, a cada 11 pessoas, uma era diabética.
Além disso, 44,7% nem sequer sabem que estão doentes. O que pode agravar muito o diabetes, já que as pessoas só buscam ajuda quando surgem os sintomas. Sem dúvida, esse dado é preocupante. A falta de controle pode acarretar outros problemas graves, como cegueira, lesões no rim, alterações no coração e até a morte.
A doença também é uma das que mais mata: 6,7 milhões de pessoas perderam a vida devido ao diabetes. Isto é: a cada cinco segundos, uma pessoa morreu em decorrência do problema. Essa conta ainda não inclui os óbitos decorrentes de complicações de outras enfermidades que foram agravadas devido ao diabetes, como a covid-19.
A presença da doença é muito maior nos países em desenvolvimento: 81% dos adultos doentes vivem nestas localidades. Ou seja, 4 a cada 5 diabéticos. Segundo o atlas, 32 milhões de diabéticos são da América Latina e América Central.
Tanta gente doente custa muito dinheiro: US$ 966 bilhões de gasto mundial com saúde, alta de 316% nos últimos 15 anos, segundo a IDF.
Diabetes no Brasil
Na edição de 2019, eram 16,8 milhões de diabéticos no Brasil. No ranking mundial, estamos em 5º lugar atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
Entre as capitais brasileiras, o Rio de Janeiro destaca-se com o maior índice de diagnósticos no país: 11,2%. Em seguida, está Maceió (11%) e Porto Alegre (10%). A doença também atinge mais mulheres (9%) do que homens (7,3%) por aqui.
Os dados são da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2020, do Ministério da Saúde.
Em relação aos custos investidos no tratamento dos diabéticos brasileiros de 20 a 79 anos, o Atlas estima US$ 52,3 bilhões ao ano. Isso equivale a US$ 3 mil dólares por adulto.
Mais dados sobre o Brasil devem ser publicados na edição completa, com previsão de lançamento em 6 de dezembro.
Causas
Especialistas afirmam que o diabetes está saindo do controle e que falta informação e conscientização para prevenção. O estilo de vida atual é um dos principais fatores para o número cada vez mais alto da doença. Sedentarismo e má alimentação, com uma dieta rica em gorduras e carboidratos, vem gerando problemas como hipercolesterolemia, hipertensão, sobrepeso, obesidade e pré-diabetes, dentre outros.
Em países de baixa e média renda, que possuem o maior número de diabéticos, falta acesso à saúde, que retardam diagnósticos, tratamentos e até a orientação a uma alimentação balanceada.
Diabetes e olhos
Uma das possíveis complicações da diabetes é nos olhos. De acordo com estudo da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), 40% das pessoas que sofrem com o diabetes apresentam alterações oftalmológicas.
Dentre elas, está a retinopatia diabética. Hoje, cerca de 40% dos 4 milhões de brasileiros diagnosticados com retinopatia possuem diabetes. De fato, a duração da diabetes e o descontrole da glicemia têm uma relação direta com a retinopatia.
Fonte: Infográfico retinopatia diabética – revista Saúde
Essa doença subdivide-se em dois tipos: pré-proliferativa, que não requer tratamento com laser, e proliferativa, em que ocorrem neovasos e também precisa de terapia.
Para o diagnóstico do tipo correto, é preciso avaliar o fundo de olho por meio de exames.
A doença também pode provocar glaucoma. O Ministério da Saúde estima que portadores de diabetes têm 40% mais chances de desenvolver o problema.
Além disso, diabéticos tem 60% mais chances de terem catarata mais precoce. Nesta situação, o problema aparece mais cedo tem uma progressão mais rápida do que a catarata senil. Por isso, é a principal causa da perda de visão em pacientes com diabetes. Entretanto, é reversível com cirurgia.
Comparativo entre um olho saudável e com catarata.
Com toda a certeza, para os portadores de diabetes, é essencial ficar atento a qualquer alteração na visão. Portanto, mesmo que esteja tudo bem, é importante fazer exames periódicos com o oftalmologista.
Isso porque a prevenção e o diagnóstico precoce são as chaves para não ter danos sérios, como deficiência visual grave e até cegueira, em caso de complicações do diabetes.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.
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O nevus de coroide é uma mancha escura que surge no fundo do olho e só pode ser detectado com exames de rotina, como o mapeamento da retina. Geralmente, o tratamento inclui apenas o acompanhamento anual.
Há também nevus na pele, que são acompanhados pelo dermatologista por meio de dermatoscopia para verificação de possíveis mudanças nas características, como aumento. O mesmo acompanhamento ocorre com as machas no fundo do olho, por exemplo.
Caso apresente crescimento, pode evoluir para estágios muito avançados, como o melanoma de coroide, doença muito rara que atinge menos de 1% dos pacientes diagnosticados com o problema. Esse número equivale a cinco pessoas a cada um milhão.
O melanoma (um tipo de câncer) é assintomático na fase inicial. A estimativa é que 85% dos casos surjam no trato uveal – íris, corpo ciliar e coroide. Quando não identificado no início, pode se alastrar para o fígado como uma metástase.
Para a verificação do tamanho do nevus de coroide, é indicado o exame de retinografia. A seguir, veja como esse exame pode auxiliar no diagnóstico precoce e acompanhamento da doença.
Nevus da coroide – diagnóstico
São nos exames de rotina que o oftalmologista pode identificar o nevus de coroide, já que o distúrbio não é visto a olho nu e, geralmente, não apresenta sintomas iniciais.
O mapeamento de retina é um deles. Ao observar o nevus, o médico pode realizar mais exames para fechar o diagnóstico, como tomografia de coerência óptica (OCT) e retinografia.
Caso o nevus cresça, o primeiro diagnóstico pode ser de lesão melanocítica indeterminada, que terá protocolo de exames e acompanhamento definidos pelo médico. Se for observado novo aumento, confirma-se o diagnóstico de melanoma de coroide.
Melanoma de coroide – tratamento
De fato, o melanoma de coroide não tem cura, mas há tratamento e deve ser monitorado pelo resto da vida. Desse modo, a terapia será estabelecida conforme o estado de visão e idade do paciente e a localização e extensão do câncer. Se o diagnóstico ocorreu de forma precoce, há um melhor prognóstico, assim como de todas as doenças.
Em tamanhos pequenos e médios, a braquiterapia é a mais recomendada. Essa cirurgia apresenta taxa de controle de aproximadamente 95% e mantém o olho e, em algumas situações, a capacidade de visão.
Antigamente, o método de controle era a retirada do globo ocular. A enucleação ainda pode ocorrer se o tumor for grande e provocar sintomas como dor intensa, visão ruim e desorganização das estruturas internas. Em alguns casos, também é indicada radioterapia, laserterapia e termoterapia transpupilar.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.
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Diversos países estão investigando se a covid-19 potencializa infecções por outros patógenos, como fungos. No Brasil, um trabalho da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) analisou os dois primeiros casos de Candida auris em um hospital de Salvador (BA), em dezembro. Atualmente, já foram confirmados mais nove ocorrências no mesmo hospital.
O “superfungo” desenvolve rapidamente resistência aos principais medicamentos utilizados em seu combate. O relato foi divulgado recentemente no Journal of Fungi.
Já na Índia, cresce cada vez mais o número de pacientes que contraíram mucormicose durante ou após a recuperação do novo coronavírus. A infecção, muito rara, é provocada pelo “fungo negro”.
De acordo com o ministro da Saúde do estado de Maharashtra, Rajesh Tope, pelo menos 90 pessoas morreram e 800 estão hospitalizadas só no estado devido ao problema. Além disso, as autoridades locais também confirmaram aproximadamente dois mil casos confirmados até o momento. A informação foi fornecida para a CNN.
Há também relatos de pacientes que precisaram ter um dos olhos removidos devido ao agravamento da doença. Somente em abril, o oftalmologista Akshay Nair disse em entrevista à BBC ter atendido por volta de 40 pacientes com o problema. Onze deles perderam um dos olhos.
Em seguida, veja os relatos dos médicos indianos sobre a possibilidade do desenvolvimento de mucormicose em pacientes após covid-19, principalmente nos diabéticos, e como isso afeta os olhos.
Olhos e covid-19: mucormicose após doença
A mucormicose é uma doença rara que afeta o nariz, face, olhos, cérebro e pulmão. É provocada pelo “fungo negro”, muito comum em locais úmidos, como solo plantas, esterco, frutas e vegetais em decomposição e até no nariz e muco de pessoas saudáveis. Porém, quando ataca imunodeprimidos, como pacientes com diabetes, HIV e câncer, pode gerar sequelas e até ser fatal.
De 58 casos da infecção fúngica investigados na Índia, a maior parte contraiu entre 12 e 15 dias após a recuperação da covid-19. É o que demonstra a reportagem da BBC.
Além dessas ocorrências e das divulgadas por Nair, houve mais relatos da doença.
O oftalmologista Raghuraj Hegde também contou à BBC ter atendido 19 casos em duas semanas, sendo na maioria jovens. O Hospital Sion, de Mumbai, comunicou 24 ocorrências em dois meses, quatro vezes mais em comparação com o mesmo período do ano passado.
A maioria portava diabetes e havia sido infectada duas semanas depois da recuperação da covid-19. Desse total, 11 perderam um olho e seis faleceram.
Os médicos acreditam que o problema ocorre devido à queda de imunidade durante o tratamento com esteroides para combater o novo coronavírus em pacientes graves. Outro agravante que pode ser causado pela droga é o aumento do açúcar no sangue, o que piora ainda mais o quadro de diabéticos positivos para covid-19.
Tratamento dos olhos
A opção em retirar um dos olhos – ou até os dois, em alguns casos – é para evitar que o fungo atinja o cérebro. Na maioria desses casos, os pacientes só buscaram ajuda quando já estavam perdendo a visão.
Dentre os sintomas apresentados, estavam sangramento e entupimento do nariz, inchaço e dor nos olhos, pálpebras caídas, visão turva e perda de visão. Além disso, pode ocorrer manchas pretas na pele ao redor do nariz.
A única opção eficaz de tratamento é a aplicação de uma injeção intravenosa antifúngica (anfotericina B) todos os dias, por até oito semanas.
Entretanto, Nair afirma que há como prevenir: aplicar a dose correta de esteroides, seguindo a duração indicada. Depois, é preciso monitorar a possível alta nos níveis de glicose dos pacientes recuperados.
Conclusão
Especialistas do mundo todo estão acompanhando entre olhos e covid-19. Neste sentido, há diversas pesquisas que investigam desde o desenvolvimento de conjuntivite como um dos sintomas até se a doença afeta a retina.
Agora, é fundamental acompanhar a evolução dos casos de mucormicose na Índia e estudar a correlação com a covid-19 e os olhos.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.
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O que é glaucoma? Você sabia que quase metade da população não sabe responder a essa pergunta?
É o que aponta a pesquisa “Um olhar para o glaucoma no Brasil”, feita pelo Ibope Inteligência. Para ser mais exato, 41% dos brasileiros desconhecem a doença. Além disso, 53% não sabem que é a segunda maior causa de perda de visão no mundo.
O levantamento ainda revelou mais dados alarmantes. Em seguida, entenda mais sobre a pesquisa, como ela foi feita e veja os resultados.
A pesquisa
Aplicada pelo IBOPE Inteligência, a pesquisa “Um olhar para o glaucoma no Brasil” entrevistou 2,7 mil internautas brasileiros, a partir de 18 anos, das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Pernambuco.
O levantamento faz parte de uma ampla investigação sobre o cenário do glaucoma no Brasil e a necessidade de uma nova visão sobre a doença. Além disso, a iniciativa contempla também o lançamento da campanha de conscientização “Não perca seu mundo de vista, tenha um novo olhar para o glaucoma”, conduzida pela Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) e pela Upjohn, divisão da Pfizer focada em doenças crônicas não transmissíveis.
Os resultados
Resumidamente, a maior parte da população brasileira não está ciente sobre a importância da frequência às consultas ao oftalmologista, sabe pouco sobre o glaucoma e desconhece seu risco de cegueira.
Em seguida, veja os principais resultados da pesquisa:
41% não conhecem o glaucoma;
53% desconhecem que é a maior causa de cegueira irreversível no mundo;
10% nunca foram ao oftalmologista;
25% vão raramente a uma consulta, só quando sentem algum incômodo nos olhos;
30% acreditam que devem procurar o oftalmologista somente depois de começar a usar óculos;
23% procuram o especialista após perceberem alguma perda de visão;
86% entendem que a exposição ao sol também requer cuidados com os olhos, que precisam ser protegidos da radiação ultravioleta por meio de óculos escuros;
83% sabem que o uso excessivo de eletrônicos, como TV, computador, tablet e smartphone, pode ressecar os olhos e atrapalhar o sono;
82% acreditam que coçar os olhos pode causar irritações, lesões oculares ou até problemas na córnea;
13% visitam o médico apenas quando têm alguma dor nos olhos;
52% desconhecem se já mediram a pressão intraocular, não sabiam do exame ou se o oftalmologista já aferiu, por exemplo;
37% entendem que a ida ao oftalmologista com frequência é uma medida que ajuda a diminuir os riscos de perda de visão;
15% associam a perda da visão apenas com o desconforto nos olhos, não entendendo sobre grupo de risco;
47% acredita ser mito ou desconheciam a hereditariedade como grupo de risco;
90% não associavam a patologia com a afrodescendência;
83% dos internautas da classe A vão ao oftalmologista pelo menos uma vez ou mais por ano;
46% dos respondentes da classe C vão ao oftalmologista pelo menos uma vez ou mais por ano;
51% desconhecem sobre a possibilidade de tratamento do glaucoma;
28% discordam da necessidade de consulta médica para uso de colírios ou não têm opinião formada sobre isso.
Afinal, o que é glaucoma?
O glaucoma é uma doença crônica e degenerativa que afeta os olhos. É caracterizado por um aumento da pressão intraocular e por uma alteração do nervo óptico. Desse modo, as fibras nervosas são afetadas e ocorre a perda parcial da visão.
Os principais fatores de risco são a genética (filhos têm de 6 até 10 vezes de chances de desenvolver a disfunção, por exemplo) e o envelhecimento (a incidência cresce a partir dos 40 anos, atingindo 7,5% aos 80 anos).
Além disso, outros possíveis desencadeadores são o uso excessivo de colírios com corticoide, lesões nos olhos, diabetes, cardiopatia e pessoas de etnia africana ou asiática.
Mesmo sendo a segunda causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata, o glaucoma representa um desafio maior para a saúde pública, pois provoca perda de visão irreversível.
Somado ao fato da doença ser geralmente assintomática na fase inicial, é bastante preocupante que quase metade dos entrevistados ignora o que é glaucoma e a maioria desconhece que é a maior causa de cegueira irreversível no mundo.
Além disso, a pesquisa mostrou o desconhecimento da sociedade sobre alguns grupos de risco, como hereditariedade, afrodescendência e pressão intraocular elevada.
Outro dado alarmante é o entendimento da população, principalmente dos jovens, que a visita ao oftalmologista só é necessária no caso da presença de sintomas ou quando na faixa etária de risco.
Entretanto, sabemos que ter uma rotina de consultas é fundamental para o diagnóstico precoce e para prevenção de problemas que afetam a visão.
Saiba mais sobre as principais novidades em saúde dos olhos. Então, acompanhe o blog da Phelcom
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