Sem dúvida, o diagnóstico da doença de Parkinson é um desafio. Isso porque alguns procedimentos que podem identificar sinais da doença apresentam altos custos, como tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Além disso, milhões de pessoas no mundo não tem acesso à essas tecnologias. Atualmente, cerca de 6,3 milhões sofrem com o problema, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Outro desafio é a detecção precoce, já que os primeiros sintomas só se manifestam com o avanço da doença. Neste sentido, uma nova pesquisa dos Estados Unidos desenvolveu uma forma mais barata de diagnosticar o distúrbio: inteligência artificial aplicada no exame da retina. Os resultados foram apresentados na última reunião anual da Radiological Society of North America (RSNA).
Em seguida, conheça o estudo, como foi feito e como os resultados alcançados auxiliam na democratização do acesso à saúde.
Como o problema deteriora as células nervosas e, consequentemente, afina as paredes da retina, um simples exame de fundo de olho já consegue diagnosticá-lo. A doença também danifica a microvasculatura da retina.
“A descoberta mais importante foi que uma doença cerebral foi diagnosticada com uma imagem simples do olho. O diagnóstico pode ser feito em menos de um minuto e o custo do equipamento é muito menor em relação a uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética”, afirma o pesquisador responsável, Maximillian Diaz.
Conclusão
Sem dúvida, ao aplicar técnicas de aprendizado de máquina no sistema de inteligência artificial utilizado no exame de retina, os cientistas podem tornar mais rápido, assertivo, barato e acessível o diagnóstico da doença de Parkinson.
A detecção precoce, ainda antes dos primeiros sintomas, permite iniciar o tratamento o quanto antes e gerar mais qualidade de vida ao paciente.
Os resultados da pesquisa também podem auxiliar na melhor compreensão da doença, na busca pela cura e em maneiras de retardar a evolução.
Além disso, os pesquisadores afirmam que a nova ferramenta de inteligência artificial pode ser empregada na identificação de outras doenças que danificam o cérebro, como a doença de Alzheimer e esclerose múltipla.
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Um dos efeitos colaterais mais frequente em pacientes submetidos à cirurgia de reparação do buraco macular é o desenvolvimento de catarata. Por isso, já há algum tempo, especialistas indicam a realização conjunta dos dois procedimentos cirúrgicos para correção das doenças.
Agora, o tratamento do buraco na mácula combinado com o de catarata recebeu aprovação científica após estudo da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto (SP), comprovar a eficácia da técnica.
Em seguida, entenda mais sobre a pesquisa, os resultados e quais os benefícios dessa autorização para médicos, instituições de saúde, SUS e para o paciente.
A pesquisa
Os pesquisadores dividiram 65 pacientes com buraco macular em dois grupos. O primeiro, com 33 pessoas, passou pela cirurgia combinada entre as duas técnicas. Já a outra turma, com 32 pacientes, fez o procedimento de correção da catarata posteriormente.
O estudo é o primeiro prospectivo do mundo a avaliar a junção das duas cirurgias em uma única intervenção.
Resultados
De todos os pacientes submetidos apenas à cirurgia de correção da mácula, 27 desenvolveram catarata em seguida. Com isso, precisaram de nova operação em menos de um ano. De modo geral, seis meses após o procedimento, apresentaram significativa piora na visão.
Já os pacientes do primeiro grupo tiveram uma melhora de acuidade visual semelhante aos que fizeram a cirurgia sequencial.
Com isso, os resultados demonstram a eficácia da junção das técnicas em um único procedimento.
Benefícios
Na maioria dos casos, o surgimento da catarata ocorre apenas alguns meses após a cirurgia da mácula. Por isso, o procedimento único, combinando as duas técnicas, apresenta diversas vantagens para médicos, hospitais, SUS e também para o paciente.
Dentre elas, podemos destacar o oferecimento de um tratamento mais seguro, a redução de custos e de tempo e o menor sofrimento do paciente.
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A busca pela cura da diabetes é uma das principais vertentes do setor de pesquisa em saúde. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 422 milhões de pessoas sofrem com a doença em todo o mundo. Além disso, ela é responsável por 1,6 milhão de mortes anuais.
Recentemente, cientistas da Universidade de Alberta, no Canadá, anunciaram ter descoberto uma possível solução para o problema. Com um novo processo de células-tronco, a equipe conseguiu transformar o sangue do próprio paciente em células produtoras de insulina. A pesquisa clínica foi realizada em camundongos.
Em seguida, saiba mais sobre o estudo, conheça os resultados e veja quais serão os próximos passos.
Para isso, a equipe adaptou a técnica do ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2012, Shinya Yamanaka, para o tratamento da diabetes. Yamanaka descobriu como reprogramar as células da pele, por meio do uso de hormônios e outros fatores de crescimento, em células-tronco pluripotentes induzíveis (iPSC). Estas poderiam ser induzidas a se tornarem qualquer tipo de célula desejada.
Os pesquisadores do Canadá coletaram amostras de sangue de pacientes e trataram as células com um coquetel de hormônios e outros fatores de crescimento para “voltar no tempo” e induzi-las a se tornarem células produtoras de insulina.
Depois, transplantaram em camundongos com diabetes tipo 1.
Resultados
A nova técnica alcançou a cura da diabetes nos camundongos. Se der certo, o transplante de células sanguíneas superaria os desafios do transplante de ilhotas, como a necessidade de drogas antirrejeição e de aplicações de insulina a vida toda.
O líder do projeto é o médico James Shapiro, que fez história há 20 anos com o “Protocolo de Edmonton“. O procedimento coloca novas células produtoras de insulina no paciente por meio do transplante de ilhotas colhidas de pâncreas de doadores de órgãos. Entretanto, têm efeitos colaterais significativos, como o aumento do risco de câncer e infecções potencialmente fatais.
Porém, essa nova pesquisa acredita que utilizar as células próprias do paciente deve eliminar o problema.
Agora, a esperança é que também gere resultados em humanos. Contudo, o caminho ainda é longo. Sem dúvida, serão necessárias ainda novas avaliações em animais para demonstrar que o procedimento pode ser possível, seguro e eficaz. Só depois a pesquisa deve evoluir para testes em pessoas.
Obstáculos
Para continuar o trabalho, um dos grandes obstáculos atualmente é financiamento. Mas, em entrevista para CTV News Edmonton , Shapiro contou que há voluntários trabalhando na arrecadação de US$ 22 milhões até 2022.
Conclusão
Sem dúvida, se funcionar, os resultados da pesquisa podem ser considerados o próximo grande avanço do tratamento da diabetes.
Mesmo se a técnica for bem-sucedida, há bastante trabalho a serem desenvolvidos nas áreas de engenharia robótica, inteligência artificial e ciência das células-tronco para melhorar o processo e torná-lo menos trabalhoso.
No futuro, pode ocorrer uma produção em massa de iPSC e medicamentos personalizados para o paciente curar a diabetes.
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Já pensou que possuir um retinógrafo em seu consultório pode ser uma verdadeira vantagem?
Afinal, ter acesso mais rápido às fotografias do fundo do olho de seus pacientes pode auxiliar no diagnóstico precoce, início do tratamento e no monitoramento de várias doenças. Dentre elas, glaucoma, retinopatia diabética e Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).
Porém, o equipamento tem preço elevado. No mercado, há modelos de até R$ 100 mil. Somado aos outros aparelhos necessários para o seu negócio, o investimento pode pesar no bolso. Ainda mais para os profissionais em início de carreira.
Diante deste cenário, surgiu uma nova alternativa no mercado: o retinógrafo portátil. Acoplado a um smartphone, a tecnologia captura imagens em alta qualidade do fundo do olho e as envia para uma plataforma on-line. Nela, é possível laudar o exame e arquivar o histórico do paciente, dentre outras funcionalidades.
Outra vantagem é o preço: o equipamento é até 4 vezes mais barato que o retinógrafo convencional.
A tecnologia é nacional, desenvolvida pela startup Phelcom Technologies, com sede no interior de São Paulo.
Em seguida, saiba mais sobre o retinógrafo portátil Phelcom Eyer, as vantagens, como funciona a plataforma Eyer Cloud e como o aparelho vem sendo utilizado em projetos de pesquisa e ações sociais.
Retinógrafo portátil – Phelcom Eyer
Retinógrafo Portátil Eyer da Phelcom Technologies
Lançado em 2019, o Phelcom Eyer é um retinógrafo portátil que funciona acoplado a um smartphone com câmera de alta resolução. O aparelho captura a imagem do fundo do olho em alta qualidade, em poucos minutos e sem a necessidade de dilatação da pupila.
Em seguida, os dados são enviados automaticamente para a plataforma on-line Eyer Cloud. Nela, é possível laudar o exame e manter o histórico do paciente com total segurança de dados.
Em seguida, confira todas as funcionalidades do Eyer:
Alta qualidade
A tecnologia patenteada pela Phelcom permite que exames de alta qualidade sejam realizados em um equipamento portátil integrado ao smartphone.
Telemedicina
Os exames gerados são automaticamente sincronizados com a internet e disponibilizados na nuvem, habilitando o diagnóstico remoto.
Inteligência artificial embarcada
O Eyer possui funções inteligentes para auxílio ao diagnóstico médico e a captura dos exames de retina.
Conectividade
O aparelho é naturalmente conectado por ser integrado ao smartphone. Dessa forma, facilita o compartilhamento e acesso de dados dos exames na nuvem, no sistema Eyer Cloud.
Não midriático
Com o Eyer, é possível realizar exames de retina em qualquer local sem a necessidade de usar colírios para a dilatação da pupila. Assim, gera mais conforto ao paciente e rapidez no exame.
Autofoco
Com a função Autofoco, é possível compensar os erros refrativos do paciente no intervalo de -20D até +20D. Isso permite exames de retina com alto nível de detalhes.
Acessível
O Eyer permite a democratização do acesso à tecnologia de exames de retina através de modelos de negócio inovadores e mais acessíveis.
Fácil operação
Qualquer profissional de saúde minimamente treinado pode usar o equipamento para realizar exames de retina de alta qualidade em menos de 1 minuto. Isto é, garante diagnósticos mais rápidos e precisos.
Panorâmicas
O Eyer gera exames panorâmicos com campo visual de mais de 100 graus. Isso porque o aparelho possui pontos de fixação interna que auxiliam na captura e geração das panorâmicas.
Portabilidade
Por ser portátil, é possível realizar exames em qualquer lugar e ter o diagnóstico emitido remotamente. Portanto, essa característica auxilia na democratização da saúde uma vez que 85% das cidades brasileiras não tem acesso a especialistas e aparelhos que façam o diagnóstico de doenças nos olhos.
Baixo custo
A portabilidade e o tamanho reduzido permitem que o Eyer apresente um custo muito mais baixo em relação aos retinógrafos tradicionais. Isso mesmo com tecnologias de ponta aplicadas na produção do aparelho.
Recentemente, a Phelcom também lançou um suporte para lâmpada de fenda. O acessório permite a fixação do Eyer. Desse modo, refaz a experiência de retinógrafos de mesa ao facilitar a captura da imagem sem movimento.
Além disso, auxilia para a manutenção do distanciamento social nos atendimentos, já que o profissional não precisa encostar na testa do paciente como ocorre no exame tradicional.
Retinógrafo portátil – vantagens
O Eyer oferece tecnologia de ponta embarcada, o que faz do aparelho um dos mais modernos em retinografia portátil para prevenção e diagnóstico de doenças relacionadas à visão.
Em seguida, veja todas as vantagens do equipamento:
Exame de vista pelo celular com alta qualidade;
Diagnósticos precisos e rápidos;
Custo mais baixo em relação aos retinógrafos tradicionais;
Possibilidade de realizar exames em vários locais devido à portabilidade;
Democratização dos exames de retina, principalmente em locais com pouca infraestrutura de serviços de qualidade na área, como médicos, profissionais de saúde, equipamentos, medicamentos etc;
Maior rapidez no atendimento, por meio de sistemas informatizados integrados a uma plataforma on-line com acesso via computadores, celulares e tablets;
Facilidade na realização de exames, que podem ser feitos em clínicas e postos de saúde;
Diagnóstico feito por especialistas e profissionais de referência, localizados em qualquer lugar do mundo;
Redução do tempo de atendimento e de custos operacionais;
Diminuição do deslocamento de pacientes a hospitais e grandes centros urbanos;
Melhora na qualidade dos laudos emitidos;
Aumento na prevenção e diagnóstico precoce de doenças como retinopatia diabética, glaucoma, catarata, degeneração macular, retinoblastoma, deslocamento da retina, retinopatia da prematuridade e cegueira, dentre outros.
Retinógrafo portátil – Eyer Cloud
Visualização e compartilhamento de exames diretamente da tela do Retinógrafo Portátil Eyer da Phelcom Technologies.
O Eyer Cloud é uma plataforma on-line integrada ao retinógrafo portátil Phelcom Eyer que permite armazenar e gerenciar os exames dos pacientes. Todos os dados capturados pelo equipamento são sincronizados automaticamente com o sistema, possibilitando que subam para a nuvem com total segurança.
Dessa forma, qualquer profissional da área de saúde – sem ser necessariamente o especialista – pode realizar o exame em campo após breve treinamento. Com as informações disponíveis na web, o diagnóstico pode ser feito por um médico localizado em qualquer lugar do mundo.
Além de garantir o backup dos dados em um servidor seguro, o usuário tem todos os dados organizados em uma interface amigável, funcional e intuitiva. Além disso, a plataforma pode ser acessada no próprio aparelho ou por celular, tablet e computador.
Se não houver acesso à internet no momento do exame, as imagens ficam salvas no aparelho e são enviadas para a nuvem assim que houver conexão.
Retinógrafo portátil – ações sociais
Atualmente, há diversas ações sociais que utilizam o aparelho para levar mais saúde para todo o país.
É o caso do projeto Unidos Pelo Diabetes em Ação, em Itabuna (BA). O evento deu lugar ao Mutirão Unidos pelo Diabetes, que precisou ser cancelado devido à pandemia. Ao todo, 400 pacientes participaram da primeira fase. Desses, 100 apresentaram retinopatia diabética mais grave ou edema macular.
Mutirão de Itabuna/BA
O projeto recorreu a tecnologias avançadas para garantir a triagem sem aglomerações. E o Eyer foi o principal instrumento de triagem. “A Phelcom foi fundamental para o sucesso do projeto, pois disponibilizou os aparelhos, forneceu treinamento prévio, ajudou na estratégia de montagem de laudos usando seu programa Eyer Cloud e colocou à disposição a sua equipe de engenheiros para suporte durante a ação”, conta Andrade. “Além disso, de maneira inovadora no Brasil, criou um algoritmo de inteligência artificial para ajudar na separação dos pacientes que provavelmente seriam graves e os sem alterações, facilitando na logística de poder laudar à distância”, complementa.
Exame sendo realizando com o Retinógrafo Portátil Eyer da Phelcom Technologies.
“É fácil realizar os exames, tirar as fotos, encontrá-las nos arquivos e armazenar depois. Podemos também enviar ou imprimir as imagens, o que considero muito interessante, além de conseguirmos acessar de qualquer lugar com internet”, analisa.
O oftalmologista Fernando Korn Malerbi também usou o Eyer em uma expedição para três reservas indígenas do Estado do Mato Grosso, no início desse ano. Ao todo, o médico avaliou 193 índios. Dentre as principais doenças encontradas, estão retinopatia diabética e catarata.
“A experiência com o equipamento foi muito boa, principalmente pela portabilidade e facilidade de uso”, avalia. Ele relembra que já esteve envolvido em outros projetos com o retinógrafo para diagnóstico de retinopatia diabética. “Acredito que o Eyer seja muito relevante para esse tipo de ação, representando uma alternativa importante para rastreamento de populações que vivem em áreas remotas”, conclui.
Quer saber mais como a tecnologia auxilia nos exames dos olhos? Então, acompanhe o blog da Phelcom.
Imagine regenerar o nervo óptico danificado com terapia genética? E, assim, conseguir recuperar pacientes com glaucoma?
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Cambridge (Reino Unido) alcançou resultados promissores neste sentido. Por meio de terapia genética, os cientistas reabilitaram as fibras nervosas danificadas dos olhos. O estudo foi publicado recentemente na revista Nature Communications.
Em seguida, veja como foi realizada a pesquisa, os resultados e como pode ser importante, futuramente, no tratamento do glaucoma.
Porém, vale ressaltar que os resultados ainda são iniciais e são necessários ainda mais testes para determinar uma terapia eficaz para humanos.
A pesquisa
Os pesquisadores da Universidade de Cambridge (Reino Unido) empregaram uma técnica de terapia genética para estimular o crescimento do número e da atividade da proteína protrudina no olho e no nervo óptico in vitro.
Primeiro, os cientistas cultivaram as células em laboratório. Depois, provocaram lesões nas células nervosas (axônios) com laser. Por fim, introduziram o gene e acompanharam as alterações com um microscópio.
O estudo foi realizado em ratos.
Resultados
Os cientistas notaram que, quanto mais aumentava a quantidade da proteína protrudina nessas células, maior era a regeneração dos neurônios da retina. Além de melhorar o crescimento, a protrudina também diminuiu a chance de morte das células nervosas.
A investigação demonstrou uma “proteção” quase completa das células nervosas crescendo numa cultura de células de uma das cobaias.
Desse modo, essa proteína pode ajuda a curar ou ao menos reduzir lesões no nervo óptico. E, assim, auxiliar na proteção contra o glaucoma no futuro.
Vale ressaltar que ainda são necessárias mais pesquisas para que seja possível desenvolver tratamentos eficazes para humanos.
Conclusão
De fato, os resultados do estudo com terapia genética são promissores. Ainda mais quando lembramos que, no passado, parecia impossível descobrir uma forma de regenerar o nervo ótico lesionado.
Realmente, essa pesquisa dá esperanças. Entretanto, muitos testes ainda precisam ser feitos em ratos, primatas e em humanos antes de definir um tratamento eficaz. E isso levará alguns anos para chegar às mãos da população.
Mesmo assim, o estudo continua sendo um grande avanço no combate ao glaucoma e outras doenças que afetam os neurônios, como o Alzheimer.
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De fato, ainda não sabemos quais são as consequências do novo coronavírus no organismo a médio e longo prazo. Mais do que isso, se são temporárias ou permanentes.
Diversos relatos e pesquisas têm identificado sequelas na saúde de pacientes curados. Dentre elas, dor de cabeça frequente, fadiga, sonolência, problemas de memória, perda de olfato e de paladar e, nos casos mais graves, alterações nos rins, cérebros, pulmões e coração.
Agora, uma paciente apresentou ataque agudo de glaucoma após Covid-19, dois meses depois da recuperação. Um estudo, publicado recentemente na revista Jama Ophthalmology, encontrou o antígeno da proteína N (nucleocapsídeo) do SARS-CoV-2 nos tecidos oculares da portadora. A proteína regula o sistema de replicação do vírus.
Apesar de ser apenas um caso até o momento, o relato é importante para alertar e incentivar a investigação das possíveis sequelas do coronavírus também nos olhos.
Portanto, conheça a seguir mais sobre a pesquisa, como foi realizada e quais são os resultados.
O estudo
Cientistas de Wuhan, na China, detectaram uma proteína reguladora do novo coronavírus nos olhos de uma paciente curada da Covid-19. O relato do caso foi divulgado na revista Jama Ophthalmology.
A mulher, de 64 anos, testou positivo para a doença e passou 18 dias internada. Porém, não apresentou sintomas graves. Entretanto, oito dias após a recuperação, a paciente sofreu perca de visão nos dois olhos e dores agudas no local.
Exames demonstraram um aumento considerável e perigoso na pressão do humor aquoso, que chegou a 50 mmHg – o ideal é até 22 mmHg. O diagnóstico foi de glaucoma agudo de ângulo fechado.
A paciente passou por duas cirurgias, já que o tratamento com remédios não surtiu efeito. Na ocasião, os médicos retiraram amostras do tecido conjuntivo para análise.
Os resultados
No material, os pesquisadores localizaram o antígeno da proteína N (nucleocapsídeo) dentro das células da conjuntiva, malha trabecular e íris, mesmo após dois meses da recuperação. Essa proteína é responsável pelo processo de replicação do vírus.
Em seguida, comparou-se os resultados a um paciente controle, sem infecção pelo coronavírus, que foi submetido às cirurgias iguais e no mesmo período. Contudo, o homem não apresentou a proteína. Desse modo, o estudo sugere uma possível capacidade do vírus em infectar outros órgãos além do sistema respiratório. Inclusive, os olhos.
Todavia, é fundamental destacar que o caso dessa paciente é raro. Por outro lado, demonstra a necessidade de mais investigações sobre como o novo coronavírus afeta os olhos.
Conclusão
Sem dúvida, o relato de glaucoma após Covid-19 é importantíssimo para buscar respostas em um cenário em que ainda não está claro quais são as sequelas da doença.
Por isso, o estudo investigou se os antígenos virais que permaneceram nos olhos, mesmo após dois meses, podem provocar danificações à estrutura ocular. Além disso, se também apontam para resquícios ativos do vírus em outros órgãos e se são infecciosos.
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