De fato, o número expressivo de pesquisas com inteligência artificial (IA) e seus resultados promissores apontam para um caminho altamente tecnológico na área de medicina. Mais do que isso, o desenvolvimento de softwares cada vez mais inovadores prometem revolucionar o setor ao entregar mais qualidade, acessibilidade, agilidade, efetividade e redução de custos tanto para pacientes quanto para os profissionais e instituições envolvidas.
Com o rápido avanço da IA, já existem dúvidas sobre o papel futuro do profissional de saúde. De fato, muitas funções e atribuições deixarão de existir. Mas, por outro lado, novas responsabilidades chegarão. Isto é, os especialistas jamais serão substituídos pela tecnologia, como dizem algumas correntes de pensamento.
Na área de oftalmologia, uma pesquisa realizada pelo time de IA do Google comprovou que oftalmologistas e algoritmos são mais eficazes quando trabalham juntos, e não separadamente. O trabalho foi publicado pela revista Ophthalmology, da Academia Americana de Oftalmologia.
Por isso, vamos falar neste post sobre como foi desenvolvido esse estudo, que confirma: a inteligência artificial auxilia os oftalmologistas.
A pesquisa
O estudo elaborado pelo time de IA do Google buscou verificar se o diagnóstico realizado em conjunto por um algoritmo inteligente e por um médico é mais efetivo do que apenas pelo software ou pelo especialista – neste caso, ambos sozinhos.
A pesquisa contou com 10 oftalmologistas de diferentes especializações, que classificaram aproximadamente 1,8 mil imagens dos olhos de pacientes com retinopatia diabética, desde o grau leve até o grave.
Os testes foram divididos em três etapas:
- Sem o algoritmo;
- Com o grau do algoritmo;
- Com o algoritmo mais uma explicação do por que o algoritmo produziu esse grau.
Os resultados
De fato, os diagnósticos apresentados pelos médicos foram mais precisos com o auxílio da IA – etapas 2 e 3. Além disso, notou-se uma melhora na confiança do oftalmologista no seu próprio diagnóstico.
Neste caso, a tecnologia teve o efeito de “segunda opinião”. Ou seja, um diagnóstico mais efetivo, como se fosse o parecer de outro médico.
Google: trabalho anterior criou tecnologia que detecta retinopatia diabética e edema macular
A iniciativa de realizar esta pesquisa partiu após um estudo anterior feito pela startup Verily, do Google. Nele, desenvolveu-se uma inteligência artificial que consegue identificar retinopatia diabética e edema macular diabético ao analisar fotos de pessoas com sinais dessas doenças.
Apesar dos resultados iniciais promissores, este ainda é apenas o início do trabalho. Isso porque é necessário um grande conjunto de dados, com enorme variedade, para representar o mundo real. Assim sendo, será possível conseguir diagnósticos cada vez mais precisos.
No Brasil, a startup Phelcom Technologies desenvolveu um retinógrafo portátil para prevenção e diagnóstico de doenças na retina. O Phelcom Eyer funciona acoplado a um smartphone com câmera de alta resolução. Ele captura a imagem do fundo do olho, realizando o exame de retina. Integrado a uma plataforma online, envia automaticamente os dados para o laudo de um especialista.
Dessa forma, a Phelcom possui um banco de dados cada vez maior com imagens de retinas afetadas por diversas doenças. Dentre elas, retinopatia diabética e edema macular diabético. Com isso, também poderá contribuir com algoritmos inteligentes em busca de padrões relacionados às principais doenças.
Conclusão
Conforme as novas tecnologias de inteligência artificial são treinadas, os algoritmos inteligentes podem auxiliar na democratização do acesso a exames de retinopatia diabética e outras doenças oculares. Sem dúvida, o sistema aperfeiçoado também ajudará na redução de custos e em um processo mais efetivo de triagem.
Portanto, sim: a inteligência artificial auxilia os oftalmologistas.
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