De fato, a conjuntivite neonatal, também conhecida como oftalmia neonatal, é uma doença ocular perigosa em recém-nascidos com até 1 mês de vida. Isso porque é diferente da que surge em crianças, adolescentes e adultos. Nos bebês, além dos sintomas locais, o problema apresenta risco de disseminação para outros órgãos do corpo.
As principais causas da doença são inflamação química, infecção viral e contaminação bacteriana. Nesta última, a clamídia é a mais comum, sendo responsável por 40% dos casos do mundo todo. Até metade dos bebês de mães infectadas ativamente são contaminados. Além disso, de 5 a 20% também desenvolvem pneumonia.
Por outro lado, os sinais e sintomas são comuns mesmo com diferentes fatores etiológicos. Desse modo, o diagnóstico é realmente difícil.
Portanto, é essencial saber diagnosticar corretamente a doença. Para isso, vamos explicar neste post como identificar a conjuntivite neonatal por clamídia, os principais sintomas e quais os tratamentos indicados.
Conjuntivite neonatal por clamídia – sintomas
De fato, os sinais de uma infecção por clamídia podem surgir só depois de 14 dias do nascimento. Em seguida, veja os sintomas relatados:
- Conjuntivite leve, com pouca secreção mucopurulenta;
- Conjuntivite severa, com edema nas pálpebras, bastante secreção e formação de pseudomembrana;
- Os folículos conjuntivais
- Cegueira
- Opacificação central da córnea;
- Pneumonite;
- Otite;
- Colonização faríngea e retal.
Conjuntivite neonatal por clamídia – diagnóstico
Conforme falamos, os sinais são parecidos em todos os tipos de conjuntivite neonatal. Mesmo assim, há diferenciais. Contudo, é difícil definir a causa exata apenas pelos sintomas e histórico familiar.
Dessa forma, é preciso realizar alguns exames para fechar o diagnóstico de infecção por clamídia. Neste caso, sugere-se fazer raspagem conjuntival com coloração Gram ou Giemsa e raspagem conjuntival para reação em cadeia da polimerase (PCR).
Conjuntivite neonatal por clamídia – tratamento
Como 50% dos pacientes também desenvolvem infecção nasofaríngea e até 20%, pneumonia, o tratamento indicado é a terapia sistêmica. Com isso, é prescrito etilsuccinato de eritromicina, 12,5 mg/kg, VO, a cada 6h por 2 semanas. Ou azitromicina, 20 mg/kg, VO, 1 vez ao dia, por 3 dias.
O tratamento deve ser repetido mais uma vez.
Atenção: há relatos que associam o uso de eritromicina ao surgimento de estenose hipertrófica do piloro (EHP) nos recém-nascidos. Por isso, é necessário monitorar possíveis sinais e sintomas dessa doença.
Recentemente, foi realizada uma revisão sistemática e metanálise de estudos que testaram tratamento com eritromicina oral, azitromicina e trimetoprim. O trabalho foi publicado no Journal of the Pediatric Infectious Diseases Society.
Dentre os principais resultados, foram encontrados altíssimos índices de cura, como no tratamento com eritromicina 50 mg/kg/ dia por 14 dias. Apesar de parecer que a cura clínica e microbiológica é menor com a azitromicina que a dose padrão de eritromicina, esse resultado ainda é incerto.
Conclusão
Por fim, você viu neste post como reconhecer e cuidar da conjuntivite neonatal por clamídia. Mostramos quais são os sintomas, como fazer o diagnóstico e qual o tratamento indicado.
Sem dúvida, é difícil diagnosticar o agente etiológico causador da doença por haver vários possíveis. Porém, com o auxílio de exames, o médico consegue fazer o diagnóstico e tratar corretamente o problema.
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