Oftalmologista utilizou o Eyer para realizar exames e tirar dúvidas diagnósticas.
Imagine um hospital flutuante com consultórios médicos, odontológicos, centro cirúrgico, sala oftalmológica completa, laboratório de análises, sala de medicação, sala de vacinação e leitos de enfermaria. Além disso, com equipamentos para exames como raio-X, ultrassom, eletrocardiograma, mamógrafo, esteira ergométrica e eletrocardiograma.
Esse é o Barco Hospital São Francisco, construído com o intuito de levar saúde e assistência para mais de 1 mil comunidades ribeirinhas na Região Amazônica. A embarcação foi idealizada pela Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus e realizou dezenas de expedições em 2019.
Uma delas foi na região do município de Terra Santa, no Pará, de 21 a 30 de outubro. A expedição contou com diversos voluntários em diferentes áreas da saúde como oftalmologia, pediatria, oncologia, psiquiatria, dermatologia, plástica e ortodontia, dentre outros.
A oftalmologista Mariana Lafetá foi uma das voluntárias nessa viagem. “Cada um tem o seu consultório no barco e viajamos de cidade em cidade para oferecer atendimento a essa população. Ao todo, consultamos 4.052 pessoas”, conta.
Em relação aos olhos, a médica ressalta que a principal doença diagnosticada foi a síndrome do olho seco. Além disso, havia muitos casos de erros de refração, catarata, presbiopia (conhecida como vista cansada), pterígio (conhecida como carne no olho), blefarite e meibomite – estas duas últimas atingem as glândulas em torno da pálpebra. Também havia casos de glaucoma e, em pouquíssima quantidade, retinopatia diabética.
Eyer
Para essa expedição, a médica levou o retinógrafo portátil Phelcom Eyer. “Devido ao número alto de pacientes, optei por usar o aparelho apenas nos casos de dúvidas diagnósticas e em portadores de glaucoma. O interessante foi a possibilidade de enviar os exames por e-mail, para aqueles que tinham o endereço eletrônico. Desse modo, eles poderiam usar em consultas futuras”, ressalta Lafetá.
A oftalmologista afirma que o equipamento é simples de usar e prático. “É fácil realizar os exames, tirar as fotos, encontrá-las nos arquivos e armazenar depois. Podemos também enviar ou imprimir as imagens, o que considero muito interessante, além de conseguirmos acessar de qualquer lugar com internet. Gostei muito”, analisa.
Phelcom
“O objetivo principal do Eyer é democratizar e levar acesso à saúde para locais que hoje sofrem com déficit em infraestrutura na área, como especialistas e equipamentos. Com a portabilidade, preço acessível e a possibilidade de diagnóstico remoto, pela nuvem, conseguimos ajudar os profissionais da saúde a cuidarem de mais pessoas”, contam os fundadores da startup Phelcom Technologies, José Augusto Stuchi, Flávio Pascoal Vieira e Diego Lencione.
De acordo com o primeiro Relatório Mundial sobre Visão, desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 2,2 bilhões de pessoas sofrem com problemas de visão em todo o mundo. Desse total, 1 bilhão de casos seriam evitáveis ou passíveis de correção, como miopia, catarata, glaucoma e hipermetropia.