De fato, a telemedicina apresenta constante evolução no mundo todo. Ao utilizar tecnologia de ponta, por meio de softwares e programas integrados, a modalidade permite a realização de serviços de saúde à distância, como laudos de exames, diagnósticos e prescrição de tratamentos.
Tudo isso proporciona acessibilidade, facilidade e rapidez no atendimento. Além disso, contribui com a democratização do acesso à saúde em comunidades e locais que apresentam déficits em infraestrutura na área.
Sem dúvida, são incontestáveis os diversos benefícios que a telemedicina oferece. Alguns deles são: melhora na qualidade do atendimento, equidade, redução de custos e de tempo de espera.
Com toda a certeza, na área de oftalmologia também não poderia ser diferente. Por isso, vamos explicar neste post o que é a teleoftalmologia e como funciona. Veja quais são as principais vantagens e benefícios, como é empregado no Brasil e no mundo e o que esperar dessa área tão promissora no futuro.
O que é teleoftalmologia
Uma das especificidades da telemedicina, a teleoftalmologia também oferece assistência médica à distância, por meio de avançados recursos tecnológicos e Inteligência Artificial (IA), mas exclusivamente na área de oftalmologia.
De fato, a área é relativamente nova no mundo todo. Porém, já apresenta resultados surpreendentes e animadores. Um dos seus principais empregos, principalmente no Brasil, é na emissão de laudos à distância. Por exemplo, é possível realizar exames como teste de acuidade visual, refração, fundo de olho, medida da pressão intraocular e avaliação das pálpebras, da motilidade ocular e dos reflexos pupilares.
Pela internet, é possível enviar exames, dar laudos, fazer diagnósticos, prescrever tratamentos e acompanhar a evolução do paciente. Além disso, possibilita a troca de informações entre médicos, em plataformas online com acesso pelo computador, celular e tablet.
Vantagens da teleoftalmologia
Sem dúvida, é incontestável a capacidade que a teleoftalmologia apresenta de aprimorar a qualidade, acessibilidade e equidade dos serviços oftalmológicos. Dentre as suas principais vantagens, está a capacidade de agilizar exames, diagnósticos e tratamentos.
Com isso, reduzir a fila de espera por atendimento especializado e combater doenças graves, como o glaucoma e a catarata – principais causas da cegueira irreversível no mundo todo.
Contudo, ainda há mais benefícios. Em seguida, confira quais são:
- Aumento do contato e troca de informações entre médico e paciente, gerando também maior acolhimento;
- Democratização do acesso à saúde, principalmente em locais com pouca infraestrutura de serviços de qualidade na área, como médicos, profissionais de saúde, equipamentos, medicamentos etc;
- Maior rapidez no atendimento, por meio de sistemas informatizados integrados a plataformas online com acesso via computadores, celulares e tablets;
- Garantia de segurança e sigilo de dados;
- Acesso a especialistas e profissionais de referência;
- Redução do tempo de atendimento e de custos operacionais;
- Facilidade na troca de informações entre os serviços de saúde;
- Diminuição do deslocamento de pacientes a hospitais e grandes centros urbanos;
- Facilidade na realização de exames, que podem ser feitos em clínicas e postos de saúde;
- Melhora na qualidade dos laudos emitidos.
Teleoftalmologia no mundo
Cada vez mais, novas pesquisas e tecnologias inovadoras surgem na área de teleoftalmologia no mundo todo. Uma das principais ferramentas que permitem a evolução da área é a Inteligência Artificial (IA).
Por exemplo, o Google, por meio da sua startup Verily, desenvolveu uma tecnologia que consegue identificar retinopatia diabética e edema macular diabético. Isso apenas ao analisar fotos de pessoas com sinais dessas doenças. O estudo ainda está na fase de testes, mas já apresenta resultados importantes.
Já um estudo realizado pela IBM e a Universidade de Nova York, ambas dos Estados Unidos, criou uma ferramenta que detecta automaticamente e com precisão de 94% o glaucoma. A tecnologia utiliza o exame de OCT (Tomografia de Coerência Óptica) da retina e consegue detectar a doença na mesma hora.
Agora, o próximo passo da pesquisa é investigar os potenciais biomarcadores do glaucoma. De fato, isso pode levar a um entendimento mais profundo do distúrbio.
Telemedicina no Brasil
O Brasil também não fica atrás quando falamos em pesquisas e produtos inovadores em teleoftalmologia. Logo abaixo, conheça três iniciativas revolucionárias na área:
Phelcom Eyer
O retinógrafo portátil Eyer é acoplado a um smartphone e realiza rapidamente imagens precisas da retina. Isso sem a necessidade de colírio para dilatar a pupila. O equipamento foi desenvolvido pela startup Phelcom Technologies, com sede em São Carlos (SP).
Atualmente, o Eyer é o que há de mais moderno em teleoftalmologia para prevenção, diagnóstico e controle de diversos distúrbios que afetam a saúde dos olhos.
Por exemplo, a inteligência artificial embarcada fornece funções inteligentes para auxílio ao diagnóstico médico e a captura dos exames de retina. Já a conectividade facilita o compartilhamento e acesso de dados dos exames na nuvem, no Eyer Cloud, habilitando o diagnóstico remoto.
Outros diferenciais do aparelho são a portabilidade e o valor mais acessível da tecnologia. Ele custa aproximadamente US$ 5 mil contra US$ 120 mil do retinógrafo tradicional, que ainda necessita de integração com o computador.
Com toda a certeza, essa inovação fomenta a democratização do acesso a exames de retina. E, assim, combate a cegueira irreversível no mundo todo.
Diagnóstico mais rápido e preciso do glaucoma
Uma pesquisa desenvolveu uma nova ferramenta que detecta o glaucoma de forma mais rápida e precisa. O estudo é liderado pelos professores Edson Satoshi, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), e Vital Costa, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Na mesma linha da pesquisa realizada pela Verily, a tecnologia utiliza o princípio de machine learning. Isto é, avalia uma alta quantidade de dados oriundos de laudos de pacientes com suspeita da doença. Os exames analisados são os de campo visual e Tomografia de Coerência Óptica (TCO). Dessa forma, a ferramenta consegue identificar automaticamente a probabilidade de glaucoma e fazer uma espécie de pré-triagem.
Com isso, um oftalmologista-geral pode confirmar os casos selecionados pela máquina como suspeito de glaucoma. E, em seguida, encaminhar os pacientes para atendimento oftalmológico especializado.
Teleoftalmologia no SUS do Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, o projeto TeleOftalmo – Olhar Gaúcho é uma iniciativa pioneira de exames que busca agilizar o acesso ao diagnóstico de oftalmologia e reduzir a fila de espera no SUS. Ao todo, são 8 unidades voltados ao programa, tanto na capital quanto no interior do estado.
O projeto atende crianças a partir de oito anos e adultos com qualquer dificuldade de visão. Conforme o diagnóstico, o paciente pode ter o problema resolvido na própria unidade de saúde, como é o caso dos erros de refração. Já os pacientes com doenças como glaucoma e retinopatia diabética, muitas vezes ainda não diagnosticadas, têm prioridade no encaminhamento ao oftalmologista.
E como isso funciona? O médico do posto de saúde envia a solicitação de exame via plataforma de telessaúde. O agendamento é realizado com o paciente. Em seguida, o exame é realizado remotamente pelos oftalmologistas do projeto, com apoio presencial da equipe de enfermagem. O laudo é enviado pela plataforma de telessaúde para o médico solicitante, com recomendações de conduta.
Conclusão
Sem dúvida, a teleoftalmologia é uma evolução natural na área de saúde em um mundo cada vez mais online e conectado. Além disso, traz inúmeros benefícios, como o acesso à saúde em locais remotos e redução de custos, tanto para o paciente quanto para os profissionais e instituições.
Com toda a certeza, novas pesquisas e tecnologias, ambas apoiadas em Inteligência Artificial (IA), surgirão cada vez mais no mundo todo. De fato, é um caminho sem volta. Ainda bem.
Acompanhe as principais novidades em teleoftalmologia no blog da Phelcom.