O nevus de coroide é uma mancha escura que surge no fundo do olho e só pode ser detectado com exames de rotina, como o mapeamento da retina. Geralmente, o tratamento inclui apenas o acompanhamento anual.
Há também nevus na pele, que são acompanhados pelo dermatologista por meio de dermatoscopia para verificação de possíveis mudanças nas características, como aumento. O mesmo acompanhamento ocorre com as machas no fundo do olho, por exemplo.
Caso apresente crescimento, pode evoluir para estágios muito avançados, como o melanoma de coroide, doença muito rara que atinge menos de 1% dos pacientes diagnosticados com o problema. Esse número equivale a cinco pessoas a cada um milhão.
O melanoma (um tipo de câncer) é assintomático na fase inicial. A estimativa é que 85% dos casos surjam no trato uveal – íris, corpo ciliar e coroide. Quando não identificado no início, pode se alastrar para o fígado como uma metástase.
Para a verificação do tamanho do nevus de coroide, é indicado o exame de retinografia. A seguir, veja como esse exame pode auxiliar no diagnóstico precoce e acompanhamento da doença.
Nevus da coroide – diagnóstico
São nos exames de rotina que o oftalmologista pode identificar o nevus de coroide, já que o distúrbio não é visto a olho nu e, geralmente, não apresenta sintomas iniciais.
O mapeamento de retina é um deles. Ao observar o nevus, o médico pode realizar mais exames para fechar o diagnóstico, como tomografia de coerência óptica (OCT) e retinografia.
A fotografia do fundo do olho é fundamental na detecção e acompanhamento para verificar se a pinta apresenta crescimento. Atualmente, há aparelhos portáteis não midriáticos que realizam o exame rapidamente e armazenam as imagens em uma plataforma on-line e funcional. Com isso, é possível comparar as fotografias ao longo dos anos. Além disso, permite o diagnóstico remoto por especialistas em qualquer lugar do mundo.
Caso o nevus cresça, o primeiro diagnóstico pode ser de lesão melanocítica indeterminada, que terá protocolo de exames e acompanhamento definidos pelo médico. Se for observado novo aumento, confirma-se o diagnóstico de melanoma de coroide.
Melanoma de coroide – tratamento
De fato, o melanoma de coroide não tem cura, mas há tratamento e deve ser monitorado pelo resto da vida. Desse modo, a terapia será estabelecida conforme o estado de visão e idade do paciente e a localização e extensão do câncer. Se o diagnóstico ocorreu de forma precoce, há um melhor prognóstico, assim como de todas as doenças.
Em tamanhos pequenos e médios, a braquiterapia é a mais recomendada. Essa cirurgia apresenta taxa de controle de aproximadamente 95% e mantém o olho e, em algumas situações, a capacidade de visão.
Antigamente, o método de controle era a retirada do globo ocular. A enucleação ainda pode ocorrer se o tumor for grande e provocar sintomas como dor intensa, visão ruim e desorganização das estruturas internas. Em alguns casos, também é indicada radioterapia, laserterapia e termoterapia transpupilar.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.
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