Sem dúvida, o diagnóstico de Alzheimer é um desafio. Isso porque alguns procedimentos que podem detectar sinais da doença apresentam altos custos, como imagens do cérebro, ou até sérios riscos. Desse modo, é muito difícil utilizar esses meios para realizar a triagem de milhões de pessoas.
Por causa disto, atualmente o diagnóstico ocorre por meio de testes de memória ou alterações comportamentais do paciente. Mas, infelizmente, esses indícios só surgem quando o quadro já está avançado.
Embora não exista cura, a detecção na fase inicial auxiliaria na busca por novos tratamentos que retardem a progressão do distúrbio. Isso é apenas um benefício dentre tantos outros que poderia causar.
Mas, um novo estudo apresentou resultados promissores para o controle da doença. Uma pesquisa realizada pelo instituto Duke Eye Center, dos Estados Unidos, mostrou que um exame dos olhos pode detectar Alzheimer. Isso permitira que o problema fosse identificado já na fase inicial, além de ocorrer de forma rápida, não invasiva e com custo baixo.
Sem dúvida, um grande avanço no combate a essa doença. Por isso, vamos explicar neste post como foi realizada a pesquisa, quais são os primeiros resultados e quais serão os próximos passos.
Exame dos olhos pode detectar Alzheimer
Os pesquisadores utilizaram um novo dispositivo de imagem, preciso e não invasivo, que encontra os sinais da doença de Alzheimer em questão de segundos. Isso depois de descobrirem que os pequenos vasos sanguíneos da retina, na parte de trás do olho, alteram-se em pacientes com Alzheimer.
Chamado de Angiografia por Tomografia de Coerência Óptica (angio-OCT), esse exame permite que os médicos vejam os menores vasos sanguíneos na parte de trás do olho. Para você ter uma ideia, esses vasos são menores que a largura de um fio de cabelo humano.
Como a retina é uma extensão do cérebro e compartilha muitas semelhanças com o órgão, os pesquisadores acreditam que a sua deterioração pode reproduzir as mudanças que ocorrem nos vasos sanguíneos no cérebro. Assim sendo, oferece uma janela para o processo da doença.
Os resultados
Ao todo, o estudo comparou as retinas de 70 olhos, de 39 pacientes com Alzheimer; 72 olhos de 37 pessoas com comprometimento cognitivo leve; e 254 olhos de 133 pessoas cognitivamente saudáveis.
Eles descobriram que o grupo de Alzheimer tinha perda de pequenos vasos sanguíneos da retina no fundo do olho. Além disso, que uma camada específica da retina era mais fina quando comparada aos pacientes com comprometimento cognitivo leve e com pessoas saudáveis.
De fato, as diferenças na densidade foram estatisticamente significativas após os pesquisadores controlarem fatores como idade e sexo.
A participação de pacientes com comprometimento cognitivo leve possibilitou a distinção entre esses portadores daqueles com Alzheimer.
Próximos passos
A pesquisadora, oftalmologista e professora da Escola de Medicina da Universidade de Duke, Sharon Fekrat, espera que o trabalho da sua equipe possa ter impacto positivo na vida dos pacientes.
“Nosso trabalho ainda não está feito. Se pudermos detectar essas alterações dos vasos sanguíneos na retina antes de qualquer alteração na cognição, isso seria um fator de mudança no jogo”, acredira Fekrat.
Conclusão
Você viu que o exame dos olhos pode detectar Alzheimer. Isso de acordo com o novo estudo conduzido pelo instituto Duke Eye Center, nos Estados Unidos. Com toda a certeza, essa pesquisa pode alcançar uma busca realizada há décadas pela medicina: o diagnóstico precoce da doença. Além disso, de forma precisa, rápida, não invasiva e mais barata.
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