A recente ampliação dos serviços autorizados de telemedicina no Brasil, em caráter temporário durante a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), já conquistou a adesão dos médicos.
De acordo com uma pesquisa feita pela Associação Paulista de Medicina (APM), mais da metade dos profissionais tem realizado atendimento a distância. Destes, 38% optaram pela teleconsulta apenas para pacientes efetivos e 19% para novos também. A prática era proibida no país até então.
Em seguida, entenda como médicos de todo o Brasil têm utilizado a telemedicina no cenário atual.
A pesquisa
Em abril, a Associação Paulista de Medicina (APM) elaborou a pesquisa “Os médicos e a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) – Tecnologias”. O objetivo do estudo foi mapear opiniões e condições de trabalho dos profissionais brasileiros, especialmente paulistas, em meio à atual conjuntura.
Ao todo, foram ouvidos 2.312 médicos. Destes, 51% homens e 49% mulheres. Em relação à faixa etária:
- Até 25 anos – 1,5%;
- De 26 a 35 anos – 19%;
- De 36 a 45 anos – 31,5%;
- De 46 a 55 anos – 19%;
- De 56 a 65 anos – 19%;
- De 66 a 75 anos – 9%;
- Acima de 76 anos – 1%.
Já sobre a localização:
- 47% – outros estados;
- 36% – interior de SP;
- 8% – grande SP;
- 6% – capital de SP;
- 3% – litoral de SP.
Agora, entenda como os profissionais estão utilizando a telemedicina no momento.
Telemedicina – atendimento a distância
No total, 51% adotaram o atendimento a distância durante a pandemia do novo coronavírus. A teleconsulta é a modalidade mais realizada. Veja a seguir:
- Teleconsulta apenas para pacientes que já tinha – 38%;
- Teleorientação – 34,7%;
- Teleconsulta para pacientes novos e antigos: 19,7%;
- Telemonitoramento – 2,8%;
- Teleconsulta para pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19 – 2,8%;
- Teleinterconsulta – 2%.
Atenção: pergunta de múltipla escolha.
Quando questionados se fizeram um treinamento específico para utilizar a telemedicina, 90% respondeu que não.
Atualmente, a APM disponibilizou uma capacitação básica em Telemedicina para médicos, associados e não-associados. O treinamento tem duração de 10 horas e é exclusivamente on-line.
Telemedicina – meios de comunicação
Sobre o recurso de comunicação usado, os médicos responderam:
- WhatsApp – 69%;
- Telefone – 35,3%;
- Outros (FaceTime, Hangouts e aplicativos próprios das operadoras de planos de saúde) – 20,8%;
- E-mail – 18,3%;
- Skype – 10,4%;
- Zoom – 9,9%;
- SMS – 4,6%;
- Teams – 2,4%.
Atenção: pergunta de múltipla escolha.
A pesquisa também questionou se utilizam plataformas de alguma empresa ou de operadora de plano de saúde. Ao todo, apenas 7,5% fazem o uso dessa tecnologia.
Segurança dos dados
Uma das exigências da nova Lei nº 13.989, que regula a telemedicina no país, é que médicos, hospitais e organizações de saúde garantam a segurança de dados do paciente.
E isso inclui o atendimento às normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrará em vigor em maio de 2021, após prorrogação feita no mês passado. Por exemplo, é imprescindível que a troca de dados, consultas on-line e envio de exames para laudo ocorram em ambiente confiável e seguro.
Para isso, sistemas de telemedicina utilizam de criptografia nos documentos e armazenamento em nuvem. Ou seja, usar meios de comunicação fora deste serviço pode ser perigoso.
Portanto, o indicado é contratar bons sistemas de telemedicina e com máxima segurança. Para você entender melhor, a atual lei prevê multa de 2% do faturamento da empresa em casos de vazamento ou o uso indevido de informações dos pacientes.
Telemedicina – prescrições eletrônicas
Em relação ao uso de prescrições eletrônicas, só 15% utilizam a ferramenta, mesmo com a nova lei liberando a emissão de atestados e receitas digitais a distância.
Inclusive, o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) e o Conselho Federal de Farmácia (CFF) lançaram um projeto que viabiliza o trâmite seguro de documentos digitais, por meio da emissão com certificado digital e validação da prescrição.
Denominado Prescrição Eletrônica, o serviço é gratuito. Por lá, é possível encontrar diversos modelos de prescrições médicas e relatórios, como atestado médico, receituário simples, receituário de controle especial, receituário antimicrobianos e solicitação de exames.
Em seguida, o profissional pode validar o documento no site do governo https://assinaturadigital.iti.gov.br.
Telemedicina – certificado digital
Uma das exigências para emitir atestados e receitas é ter a assinatura eletrônica por meio de certificado digital expedido pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil modelo A3, cartão ou token).
Sobre isso, apenas 25% dos médicos possuem o certificado.
Para obtê-lo, o profissional deve escolher uma das 17 Autoridades Certificadoras (AC) credenciadas à ICP-Brasil.
De fato, as políticas de comercialização são próprias de cada empresa. Portanto, a AC escolhida informará o valor do certificado, as formas de pagamento, os equipamentos necessários e a documentação obrigatória para emissão.
Entretanto, o Conselho Federal de Medicina (CFM) fez parceria com três AC para oferecer o certificado digital do tipo PF A3 com condições especiais para médicos. Confira aqui.
Telemedicina – capacitação de médicos a distância no combate à Covid-19
Além disso, a pesquisa indagou a opinião da classe médica sobre a Portaria 639/2020, que institui a capacitação de médicos a distância nos protocolos clínicos oficiais de enfrentamento à pandemia de Covid-19.
Ao todo, 55% aprovam o uso da tecnologia para esse fim. Por outro lado, 14% discordam e 12% são neutros.
Por fim, 73% dos médicos acreditam que, passada a crise atual, deveria haver um programa regular de qualificação e recertificação da classe.
Conclusão
Sem dúvida, a telemedicina é uma saída para que médicos continuem o atendimento mesmo durante as recomendações de isolamento social nesta pandemia do novo coronavírus.
Por outro lado, como tudo é muito novo, é natural que os profissionais e pacientes encontrem dificuldades e precisem de um período de adaptação. Porém, é essencial que médicos, consultórios, hospitais e entidades de saúde se organizem cada vez melhor nesse sentido.
Para isso, é fundamental garantir a segurança de dados do paciente, integrar informações e processos para aumentar a produtividade nesse período e recorrer a tecnologias de automação.
Portanto, é indicado adotar um sistema de telemedicina. Dentre os principais serviços oferecidos, estão programas de teleconsulta, telediagnóstico, prontuário médico integrado e armazenamento em nuvem.
De fato, isso pode ajudar na melhora constante do atendimento a distância no cenário atual.
Saiba como usar a telemedicina da melhor forma possível. Acompanhe o blog da Phelcom.