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Interoperabilidade na saúde: quais são as vantagens e como implementar?
janeiro 28, 2022
Gabriela Marques

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Ferramenta torna-se cada vez mais essencial na otimização de processos, redução de custos e melhora do atendimento.
interoperabilidade na saúde

Com o avanço da tecnologia, a interoperabilidade na saúde torna-se cada vez mais essencial na otimização de processos, redução de custos e melhora na qualidade do atendimento. Isso porque a integração dos dados clínicos gera mais segurança ao paciente e aos profissionais da área, além de permitir que o atendimento ocorra em qualquer lugar.

Entretanto, esse processo pode ser um verdadeiro desafio no Brasil. De fato, não basta apenas trabalharmos com ferramentas e sistemas de gestão de ponta. É preciso padronização para que falem a mesma língua.

Em seguida, entenda mais o que é interoperabilidade na saúde, os benefícios e como implementá-la.

Interoperabilidade na saúde – o que é

Basicamente, interoperabilidade na saúde é a capacidade de comunicação, troca de informações e o emprego dos dados compartilhados pelos vários sistemas de informação e aplicativos de software sem a intervenção humana.

Isto é, após receber as informações, os próprios sistemas processam os dados e conversam entre si depois da implantação de algumas normas-padrão. Desse modo, é possível trabalharem simultaneamente, independentemente das características digitais de cada um, como arquitetura de software, template, funcionalidades etc.

Com isso, é possível trocar informações clínicas entre as diferentes ferramentas usadas, produzindo mais dados e cuidados melhores do paciente.

Assim, permite a comunicação e integração entre sistemas de gestão de clínicas, consultórios e hospitais que atuam em todos os níveis de atenção ao paciente. Dessa forma, a instituição pode fazer o rastreamento dos serviços usados pelo paciente, por exemplo, e até um levantamento mais amplo da população.

Dentre diversas outras ferramentas, o prontuário eletrônico também é uma ótima tecnologia para o compartilhamento, com segurança, dos dados do paciente com outros profissionais envolvidos no atendimento, por exemplo.

Para isso, é preciso disponibilizar os dados de forma que outros sistemas também consigam acessá-los e integrá-los. Atualmente, essa é uma grande barreira para a implantação da interoperabilidade, já que cada sistema possui linguagem e lógica próprias.

interoperabilidade na saúde

Foto: Freepik

Interoperabilidade na saúde – benefícios

Sem dúvida, a tecnologia empregada na saúde traz diversas vantagens. A visão completa da saúde do paciente é uma das principais devido à união das informações vindas de vários sistemas. Por exemplo, os dados levantados em consulta por um médico podem ser analisados pelo laboratório, hospital ou outro especialista.

Com certeza, isso aumenta significativamente o sucesso no tratamento e diagnósticos precoces. Dessa maneira, também contribui com o a maior assertividade dos profissionais.

Outro benefício é a agilidade nos processos, pois preenche os dados apenas uma vez no sistema e as demais pontas têm acesso ao sistema completo. Com isso, permite uma comunicação mais fluída entre todos os envolvidos e a realização de uma terapia multidisciplinar mais efetiva. Ainda por cima, em uma local prático e seguro.

Ao ter acesso facilitado e completo às suas próprias informações de saúde, o paciente também pode se comprometer mais com o tratamento. Além do resultado melhor ao paciente, o médico também ganha tempo para outros cuidados.

Por fim, a interoperabilidade na saúde garante mais agilidade nos procedimentos, integra melhor às equipes, melhora a gestão de processos internos, melhora a qualidade de dados, diminui atividades repetitivas e facilita a transmissão de informações.

Interoperabilidade na saúde – sistemas

A implantação da interoperabilidade na saúde precisa da utilização de protocolos específicos. São eles que converterão os dados automaticamente, sem a necessidade de intervenção humana.

Há várias organizações que unificam esses protocolos, como por exemplo o TISS e o HL7 International.

O sistema TISS (Troca de Informação de Saúde Suplementar) é o padrão utilizado entre as instituições de saúde suplementar e os planos de saúde. Ele obedece aos critérios de interoperabilidade indicados pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Dentre suas principais vantagens, estão uniformizar as ações administrativas, aperfeiçoar os registros de dados, facilitar o financiamento de medidas de avaliação e a gestão financeira de operadores de planos de saúde.

Já HL7 (Health Level Seven International), por meio do sistema FHIR, permite a criação de protocolos de transmissão de mensagens entre aparelhos, base de dados e sistemas de gestão em saúde.

Em relação aos padrões de terminologia ou dados em saúde, foram produzidos vocabulários e códigos para padronizar conceitos clínicos, como doenças, diagnósticos, fármacos, técnicas e procedimentos, dentre outros.

Como exemplo, há a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças, revisão 11), que começou a valer a partir de 1º de janeiro de 2022. O documento é a base para identificar tendências e estatísticas de saúde em todo o mundo e contém cerca de 55 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de morte. Ou seja, essencial para o trabalho de médicos em todo o mundo.

A tabela fornece uma linguagem comum que permite aos profissionais da área compartilhar informações de saúde em nível global de modo padronizado.

Além disso, o próprio número SUS, muitas vezes, não é único para o mesmo paciente. Além do indexador do número SUS, existem inúmeros outros, como CPF, RG, nome etc. Ou seja, o Brasil não possui uma política única que consiga facilitar a interoperabilidade.

Interoperabilidade na saúde – como implementar

interoperabilidade na saúde

Foto: Freepik

Para implementar o processo na sua clínica, é preciso investir em sistemas de gestão assistenciais, treinamento da equipe e na humanização do atendimento por meio dessas ferramentas.

Por fim, vale ressaltar que a interoperabilidade na saúde é um meio para um fim. Entretanto, há uma quantidade significativa de padrões que podem dificultar as escolhas dentre os vários sistemas com os quais uma instituição de saúde deve interagir, por exemplo.

Desse modo, é fundamental determinar corretamente as políticas, as guias e os padrões a serem implantados.

Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.

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