Remédios para disfunção erétil podem aumentar o risco de doenças oculares
maio 19, 2022
Gabriela Marques

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Pesquisa aponta que a utilização de inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5Is) pode aumentar em até 85% o risco de doenças oculares graves.
remédios para disfunção erétil podem aumentar o risco de doenças oculares

Há anos, vários relatos de casos e pequenos estudos epidemiológicos quantificam o risco de eventos adversos oculares associados ao uso de remédios para disfunção erétil.

Agora, uma pesquisa da Universidade da Columbia Britânica (UBC), no Canadá, aponta que a utilização de inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5Is) pode aumentar em até 85% o risco de doenças oculares graves. Inclusive, problemas que podem causar cegueira. O estudo foi publicado na revista JAMA Ophthalmology.

Em seguida, entenda como foi feita o estudo, os resultados e as hipóteses levantadas de como esses remédios para disfunção erétil podem aumentar o risco de doenças oculares.

 

A pesquisa

 

A pesquisa levantou informações de planos de saúde de 213 mil homens nos Estados Unidos no período entre 2006 e 2020. Esses pacientes não haviam informado problemas de visão um ano antes de ingerirem regularmente os remédios para disfunção erétil que incluíam sildenafil, tadalafil, vardenafil e avanafil.

Depois, os pesquisadores compararam os dados sobre quantos desses indivíduos desenvolveram uma ou mais condições após o uso dos medicamentos e quantos permaneceram sem distúrbios.

 

Os resultados

 

O risco para descolamento de retina aumentou 2,5 vezes; o para oclusão venosa da retina (OVR), 1,4 vezes e o para neuropatia óptica isquêmica (NOIA), 2,2 vezes. Atualmente, a oclusão venosa da retina é uma das principais causas de cegueira no mundo. A neuropatia óptica isquêmica também pode provocar perda súbita de visão.

Os pacientes que apresentaram esses problemas tinham também, como doenças relacionadas mais frequentes, hipertensão, diabetes, doença arterial coronariana e apneia do sono.

“Estas são condições raras, e o risco individual de desenvolver uma delas permanece muito baixo para qualquer usuário. No entanto, o grande número de prescrições realizadas a cada mês nos EUA – cerca de 20 milhões – significa que um número significativo de pessoas pode ser afetado. Os usuários regulares desses medicamentos que percebem alguma alteração na visão devem levar isso a sério e procurar atendimento médico”, afirma em comunicado o professor do departamento de oftalmologia e ciências visuais da Faculdade de Medicina da UBC, Mahyar Etminan.

O trabalho constatou uma conexão estatística entre a utilização regular dos remédios e o aumento no risco de doenças. Entretanto, não elucidou precisamente o mecanismo que causa esse crescimento. Mas, os pesquisadores levantaram algumas hipóteses.

“Esses medicamentos tratam a disfunção erétil melhorando o fluxo sanguíneo na área, mas sabemos que eles também podem dificultar o fluxo sanguíneo em outras partes do corpo. Então, embora nosso estudo não prove causa e efeito, existe um mecanismo pelo qual esses medicamentos podem levar a esses problemas. A totalidade das evidências aponta para um vínculo forte”, observou Etminan.

 

Fonte: O Globo

 

Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.

 

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