As terapias regenerativas para substituição dos fotorreceptores são uma abordagem promissora para o tratamento da cegueira incurável. Entretanto, ainda enfrentam obstáculos significativos, incluindo a necessidade de melhorar a via de injeção subretiniana e a taxa de sobrevivência a longo prazo das células transplantadas, além de promover a integração suficiente na retina do hospedeiro.
Mas, um novo estudo realizado em cães desenvolveu uma técnica em que as células sobreviveram nas retinas por meses e formaram conexões com as células existentes.
A pesquisa foi feita na Universidade da Pensilvânia, em parceria com a Universidade de Wisconsin-Madison e com o National Institutes of Health’s National Eye Institute (NEI), dos Estados Unidos. Os resultados foram publicados no periódico Stem Cell Reports.
Em seguida, saiba mais sobre o trabalho, os resultados e como os achados podem contribuir com o futuro da terapia celular na recuperação da visão.
A pesquisa
Como base da terapia celular, os cientistas utilizaram precursores derivados de células-tronco de fotorreceptores humanos desenvolvidos em laboratório, as chamadas “IPS CELLS”.
Depois, criaram uma nova abordagem cirúrgica para injetar as células, que receberam marcadores fluorescentes, nas retinas de sete cães com visão normal e três com uma forma de degeneração retiniana hereditária.
A escolha dos cachorros para o estudo é devido ao tamanho dos olhos parecido com humanos e por sofrerem naturalmente com a degeneração da retina. Dessa forma, foi possível otimizar um procedimento cirúrgico seguro e eficiente para fornecer doses de células que poderiam ser usadas em pacientes.
Os resultados
Os pesquisadores observaram que a incorporação de células foi significativamente melhor nos animais com degeneração da retina em comparação com aqueles com retinas normais.
Isso provavelmente porque os três animais estavam em estágio avançado da doença, o que deve ter tornado a barreira da retina mais permeável. Assim, as células conseguiriam se mover com mais facilidade para a camada correta da retina.
Como as células humanas transplantadas podiam ser interpretadas pelo sistema imunológico como entidades estranhas, os receptores receberam drogas imunossupressoras.
Desse modo, as células sobreviveram nas retinas por meses e começaram a formar conexões com as células retinianas existentes.
Agora, a próxima etapa será continuar otimizando a terapia e, em seguida, testar se há uma melhora na recuperação da visão dos receptores.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.
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