Gradativamente, a inteligência artificial (IA) vem ganhando espaço na área de saúde. De fato, as inúmeras pesquisas realizadas em todo o mundo apresentam resultados promissores que apontam para uma verdadeira revolução neste setor em um futuro próximo.
Isso porque os algoritmos inteligentes e os softwares cada vez mais inovadores prometem entregar mais qualidade, acessibilidade, agilidade, efetividade e redução de custos para toda a cadeia envolvida: instituições, profissionais e pacientes.
Por tudo isso, pesquisadores e cientistas decidiram utilizar essa tecnologia também contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Dessa forma, diversos estudos foram acelerados com o objetivo de entender melhor o avanço do vírus e para detectar casos e prioridades em hospitais, dentre outras metas.
Aliás, foi um sistema de IA que descobriu, primeiro, o surgimento desse novo agente.
Portanto, veja a seguir quais são as principais iniciativas envolvendo inteligência artificial (IA) no combate ao novo coronavírus.
Algoritmo alertou sobre o novo coronavírus
Antes mesmo da Organização Mundial da Saúde (OMS) emitir oficialmente um alerta sobre o surgimento do SARS-CoV-2, uma ferramenta inteligente identificou o novo vírus na região de Wuhan, na China. Posteriormente, o local foi confirmado como o epicentro da epidemia.
Além disso, também comunicou o provável foco de disseminação do vírus em algumas cidades: Bangkok, Seul, Taipei e Tóquio. E isso com base na compra de passagens áreas.
A startup BlueDot, do Canadá, trabalha com tecnologias de machine learning para a detecção de epidemias. Os algoritmos de previsão mapeiam notícias de saúde em 65 idiomas e rastreiam redes de pesquisa, informações de companhias áreas, comunicados oficiais da área de agronegócio e fóruns de discussões, dentre outros.
Com a análise desses dados, por meio da técnica de processamento de linguagem natural (NLP), a empresa dispara alertas sobre novas doenças e eventuais áreas de risco. Exatamente como ocorreu em relação à doença Covid-19.
IA analisará 29 mil artigos nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o governo trabalha em conjunto com pesquisadores para analisar 29 mil artigos sobre o novo coronavírus por meio de inteligência artificial. A ideia é encontrar dados que ajudem a controlar a pandemia atual, como origem do vírus, tipos de transmissão e tratamentos em potencial da Covid-19.
Para isso, foi criado um banco de dados aberto – intitulado Cord-19 – para publicação constante de novos trabalhos na área. Além disso, foram definidas algumas perguntas para nortear a busca por informações, publicadas em um grupo de machine learning do Google. Por lá, os cientistas também poderão enviar os dados analisados.
O projeto conta com o apoio de gigantes da tecnologia, como Google, Microsoft e Facebook. Sem dúvida, o Cord-19 possui a mais extensa literatura sobre a nova doença, legível por uma ferramenta de IA.
Software identifica a doença por meio de tomografia
Recentemente, a gigante do ecommerce chinês Alibaba anunciou o desenvolvimento de um algoritmo que detecta a Covid-19 por meio de tomografia de pacientes com pneumonia. O diagnóstico ocorre em 20 segundos com precisão de 96%.
O novo vírus compromete os pulmões, que passam a apresentar um aspecto de vidro fosco nas laterais, periferia e na base, principalmente. A intenção é analisar esse padrão no exame.
O software também utilizou o princípio de machine learning ao analisar mais de 5 mil tomografias de infectados confirmados com a doença.
Atualmente, mais de 100 hospitais na China contam com a nova ferramenta no controle da doença.
Brasil também investe em IA para análise de tomografias
No Brasil, também há uma iniciativa com o uso de inteligência artificial contra o novo coronavírus. O Hospital das Clínicas de São Paulo está elaborando um sistema para analisar a tomografia de pacientes. O objetivo principal é que a ferramenta ajude no diagnóstico dos casos mais urgentes, já que há falta de testes laboratoriais no mercado. Dessa forma, realiza o diagnóstico mais rapidamente e aumenta a produtividade.
Para isso, o diagnóstico para Covid-19 pode ser fechado se somado sintomas como febre, tosse seca e dificuldade para respirar.
Por meio de machine learning, a tecnologia verificou até o momento cerca de 100 tomografias de pacientes contaminados, feitos no HC, Instituto Fleury e Hospital Sírio Libanês. Além disso, outras imagens irão compor o banco de dados.
Super computador descobre 77 compostos para possível controle do novo coronavírus
Nos Estados Unidos, o supercomputador Summit, da IBM, encontrou 77 moléculas com potencial para combater a Covid-19. Para isso, foram feitos milhares de simulações com mais de 8 mil compostos químicos.
Em seguida, as substâncias foram classificadas conforme probabilidade de vinculação ao pico de material genético do novo coronavírus. Agora, novas simulações serão realizadas com um modelo mais preciso para, depois, avançar para estudos experimentais em laboratório.
Vale ressaltar que os resultados obtidos ainda não significam a cura ou um novo tratamento da doença.
Conclusão
Como vimos, há diversas pesquisas pelo mundo com o uso de inteligência artificial como arma na luta contra o novo coronavírus. Mais do que isso, há locais que já aproveitam os benefícios da tecnologia, como a China.
Com toda a certeza, a IA aplicada na área de saúde tem alta capacidade de desenvolver ferramentas inovadoras e capazes de gerar rapidez e precisão neste cenário de pandemia.
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