Imagine voltar a ver a luz aos 88 anos de idade após desenvolver Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)? Pois foi isso o que aconteceu com uma mulher no Reino Unido.
A paciente recebeu o implante de um chip na retina que captura a cena filmada por uma câmera instalada em óculos especiais. Os algoritmos de inteligência artificial (IA) processam essas informações e os óculos projetam essa imagem até o chip, que a converte em sinal elétrico e o cérebro, por sua vez, interpreta e produz a sensação de visão.
O dispositivo ainda está em fase de testes, mas já apresenta resultados promissores. Portanto, veja neste post como o novo implante pode permitir voltar a ver a luz, como foi realizado o estudo e quais são os próximos passos para auxiliar ainda mais pessoas que sofrem com cegueira devido às doenças na retina.
Implante
Um ensaio clínico realizado em toda a Europa está testando um novo implante que pode recuperar parcialmente a visão de pacientes com atrofia geográfica devido à DMRI. O procedimento envolve a inserção de um microchip de 2mm de largura na retina, criando cirurgicamente um espaço no qual o dispositivo é colocado. O paciente usa óculos especiais, contendo uma câmera de vídeo que é conectada a um pequeno computador preso ao cinto.
O chip captura a cena visual projetada pelos óculos e a transmite para o computador. Os algoritmos de inteligência artificial (IA) processam essas informações e extraem o objeto principal de atenção na imagem.
Em seguida, os óculos projetam essa imagem como um feixe infravermelho pelo do olho até o chip, que a converte em sinal elétrico. Este sinal passa pelas células da retina e fibras ópticas até o cérebro, onde é interpretado e produz a sensação de visão.
Entre quatro e seis semanas após ser inserido, o implante é testado ligando o chip e, nesta fase, o paciente deve ser capaz de ver um sinal luminoso. Eles então passariam por um programa de reabilitação para aprender a usar a tecnologia. Depois disso, os pacientes teoricamente serão capazes de reconhecer até palavras, algo que anteriormente seria impossível.
Paciente volta a perceber luz pelo olho esquerdo
Após receber o chip, uma paciente de 88 anos conseguiu detectar sinais em seu olho esquerdo cego. “Perder a visão por causa da DMRI me impediu de fazer as coisas que amo, como jardinagem, jogar boliche e pintar com aquarela. Estou emocionada por ser a primeira a ter este implante e animada com a perspectiva de desfrutar meus hobbies novamente. Realmente espero que muitos outros se beneficiem disso também”, afirmou, em comunicado divulgado pelo Moorfields Eye Hospital, do Reino Unido, onde foi realizado o procedimento.
O cirurgião oftalmologista Mahi Muqit, do Moorfields Eye Hospital acrescentou que este dispositivo oferece esperança para pessoas que sofrem de perda de visão devido à DMRI. “O sucesso desta operação e as evidências reunidas através deste estudo clínico fornecerão as evidências para determinar o verdadeiro potencial deste tratamento”, ressalta
A pesquisa é apoiada pelo NIHR Biomedical Research Center, do Moorfields Eye Hospital NHS Foundation Trust, e pelo UCL Institute of Ophthalmology. O dispositivo Prima System utilizado nesta operação foi desenvolvido pela Pixium Vision na França.
Revisado por Paulo Schor, médico oftalmologista, professor livre docente e diretor de inovação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaborador da Faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein.
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