O oftalmologista Dr. Gustavo Gubert conheceu a Phelcom em 2019, durante os principais congressos médicos. Na ocasião, teve o primeiro contato com o Eyer, retinógrafo portátil que realiza exames de fundo de olho em alta qualidade, em poucos minutos e sem necessidade de midríase.
Na época, Dr. Gubert conciliava a prática clínica com uma startup de importação de equipamentos voltados à cirurgia de catarata. Com a chegada da pandemia e a suspensão dos eventos científicos, decidiu encerrar o negócio. “Foi um período que me trouxe muita bagagem para compreender o outro lado do balcão e me colocar no lugar da indústria”, relembra.
Depois de ainda atuar por algum tempo no setor de equipamentos, Dr. Gubert voltou a se dedicar integralmente à clínica médica em Itajaí (SC). Foi nesse período que iniciou sua trajetória na área de superfície ocular e olho seco, especialidade que hoje se tornou seu principal foco de trabalho.
“Comecei a atuar na área por acaso, ao receber o encaminhamento de um reumatologista para avaliar um paciente com síndrome de Sjögren. Passei o final de semana estudando superfície ocular, montei um relatório detalhado e enviei de volta. Ele ficou muito impressionado e isso acabou sendo o embrião de um protocolo de avaliação clínica para olho seco”, conta.
Sem encontrar referências consistentes no Brasil, buscou conhecimento na Europa e nos Estados Unidos e ingressou na Sociedade Europeia de Olho Seco (EuDES), por meio de sua cidadania italiana.
Olho seco
Dr. Gubert enxerga o olho seco como uma missão: levantar a bandeira e conscientizar pacientes e colegas médicos sobre a importância dessa condição.
Para o especialista, a oftalmologia é uma área extremamente tecnológica, mas que precisa resgatar a humanização. “O paciente com olho seco quer ser acolhido. Em geral, já passou por vários profissionais e, muitas vezes, não recebeu um diagnóstico adequado. É uma doença multifatorial que exige tempo, atenção e um olhar individualizado. Por isso, hoje considero o olho seco uma nova superespecialidade. E dá para viver disso, sim, com qualidade e propósito”, afirma.
O oftalmologista ressalta que, segundo dados da consultoria Mordor Intelligence, o setor deve movimentar US$ 6,8 bilhões em 2025, sendo que as lágrimas artificiais representam metade desse montante. A projeção é que o mercado alcance US$ 8 bilhões em cinco anos. “A indústria sempre está à frente e é por isso que queremos estar próximos de empresas como a Phelcom. A parte científica é fundamental, mas a prática do dia a dia é igualmente importante.”
Eyer2 na prática clínica
Oftalmologista Dr. Gustavo Gubert com o retinógrafo portátil Eyer.
A rotina do Dr. Gubert reflete sua visão de um atendimento humano e individualizado. Hoje, atende aos pacientes em consultas com duração entre uma hora e uma hora e meia. “Não existe receita pronta. Cada caso é único e o tratamento precisa ser personalizado. E, para isso, precisamos de tempo de cadeira clínica”, afirma.
Nesse contexto, a tecnologia tem papel central. O Eyer2 tornou-se para o oftalmologista uma ferramenta indispensável para apoiar o diagnóstico e orientar pacientes.
O equipamento permite a captura de imagens de alta definição dos segmentos anterior e posterior do olho, além de integrar-se ao EyerCloud, plataforma online para o gerenciamento de exames. O sistema também pode utilizar o EyerMaps, uma inteligência artificial capaz de identificar possíveis anomalias na retina em poucos segundos.
“Conseguimos avaliar o segmento anterior com imagens detalhadas, aplicar fluoresceína, realizar meibografia e mostrar tudo ao paciente. O diagnóstico é muito visual e, quando ele enxerga o que está acontecendo, compreende melhor e adere mais ao tratamento”, conta.
Na clínica, um tecnólogo de saúde é responsável pela captura inicial das imagens antes da consulta. Já o Dr. Gubert realiza avaliações mais específicas, como meibografia e exames com fluoresceína, também para manter o contato direto com os pacientes. Além disso, o equipamento permite retinografias sem necessidade de dilatação, otimizando o processo.
“Mesmo se tratando de olho seco, é fundamental lembrar que estamos diante de pacientes oftalmológicos que podem apresentar outras condições importantes. O Eyer2 nos ajuda a não perder esses sinais”, pontua.
Casos clínicos ilustram esse impacto. Dr. Gubert relata, por exemplo, o diagnóstico de uma neurite óptica em um paciente inicialmente encaminhado por síndrome do olho seco e com uma catarata leve. “A acuidade visual do paciente era desproporcional entre os olhos e não justificada apenas pela catarata. Com o Eyer2, fiz as imagens da retina e nervo óptico e identifiquei a alteração. Encaminhei imediatamente ao neurologista, que iniciou o tratamento. O paciente teve melhora significativa. Esse tipo de situação mostra a segurança que o equipamento nos traz, muitas vezes sem a necessidade de dilatação, que pode interferir em diagnósticos como este.”
Outros exemplos incluem a identificação precoce de Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e a documentação de ceratites e infestações por Demodex. A qualidade das imagens, somada aos recursos de inteligência artificial do EyerMaps, amplia a precisão diagnóstica.
Para Dr. Gubert, além de versátil e intuitivo, o equipamento também melhora a experiência do paciente. “Há um efeito de encantamento quando mostramos a retina, os cílios ou o olho em alta resolução. Muitos dizem: ‘nunca me mostraram isso antes’. Esse impacto visual gera confiança e aumenta a adesão ao tratamento. É diferente apenas falar e explicar. Quando mostramos a imagem, o paciente realmente entende o que está acontecendo”, observa.
Formação e ensino
Além da atuação clínica, Dr. Gubert também tem se dedicado à formação de colegas oftalmologistas. Em parceria com o oftalmologista Dr. Milton Yogi, criou o Dry Eye Day, curso inédito no Brasil voltado exclusivamente aos colegas oftalmologistas para diagnóstico e tratamento do olho seco.
A iniciativa nasceu a partir de um encontro em um congresso da Sociedade Baiana de Oftalmologia (SBO), em Salvador (BA), há alguns anos. Desde então, já foram realizadas cinco edições, sendo a mais recente em São Paulo, presencial, com hands on e transmitida online ao vivo, em setembro deste ano. “Hoje, contamos com uma plataforma onde todo o conteúdo gravado fica disponível para os alunos terem acesso às aulas teóricas e práticas de todas as edições, bastando acessar o link: myacademia.net/ded2025”, ressalta.
Com mais de 150 alunos formados no Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, o curso é uma dos maiores da América Latina e conta com um grupo exclusivo de WhatsApp para a discussão de casos clínicos e educação continuada.
“O curso foi pensado para oferecer o melhor aproveitamento de um tema que está em plena ascensão na oftalmologia. O olho seco impacta diretamente nos resultados de cirurgias de catarata e refrativas, podendo comprometer a qualidade visual dos pacientes, por exemplo. Nosso objetivo é preparar o oftalmologista para reconhecer, tratar e prevenir esses casos, elevando a segurança e a satisfação nos procedimentos”, explica Dr. Gubert.
Para ele, a parceria com Yogi foi decisiva não apenas em sua trajetória profissional, mas também em sua formação pessoal. “Aprendo diariamente com ele, tanto na prática clínica quanto na filosofia de vida. Essa troca impulsionou minha carreira e se transformou em uma amizade que levo como guia em vários aspectos da minha vida.”
O curso também é espaço para troca de experiências sobre tecnologia. Muitos alunos procuram orientação sobre investimentos em equipamentos. “O Eyer2 é um grande diferencial para quem deseja dar um salto de qualidade. É versátil, intuitivo e acessível, ideal para colegas que atuam em diferentes consultórios e nem sempre dispõem de câmeras acopladas à lâmpada de fenda. Ele amplia a capacidade diagnóstica e agrega muito valor ao atendimento”, conclui o especialista.
Eyer2
O retinógrafo portátil Eyer2 possui novas ferramentas embarcadas e funcionalidades aprimoradas. A tecnologia apoia no diagnóstico de mais de 50 doenças, dentre elas glaucoma, catarata, retinopatia diabética, DMRI, retinoblastoma, retinopatia hipertensiva, retinopatia da prematuridade e toxoplasmose ocular.
O equipamento também possibilita a detecção de diversas doenças e condições do segmento anterior do olho, como blefarite e demais alterações de cílios, disfunção das glândulas meibomianas, hordéolos, tumores conjuntivais, tumores palpebrais, catarata avançada, corpo estranho, queimaduras, lesões na córnea e ceratites em geral causadas por olho seco, lente de contato, infecções e úlceras, dentre outros.
Com isso, simplifica a rotina do consultório, proporcionando atendimentos mais ágeis, exames completos e tecnologias impactantes para o diagnóstico e tratamento ocular.
Sobre a Phelcom
A Phelcom Technologies é uma medtech brasileira sediada em São Carlos, interior de São Paulo. A história da empresa começou em 2016, quando três jovens pesquisadores – um físico, um engenheiro eletrônico e um engenheiro de computação (PHysics, ELetronics, COMputing) – criaram um retinógrafo portátil integrado a um smartphone.
O primeiro protótipo da Phelcom foi inspirado pela experiência pessoal de um dos sócios, Diego Lencione, cujo irmão enfrentou uma grave condição que comprometeu severamente sua visão desde a infância.
Em 2019, a Phelcom lançou no mercado brasileiro o seu primeiro produto: o retinógrafo portátil Eyer. Cinco anos depois, lançou o Eyer2, uma plataforma de exames visuais que permite realizar registros dos segmentos posterior e anterior com alta qualidade de imagem.
Atualmente, a tecnologia da Phelcom já beneficiou mais de duas milhões de pessoas no Brasil e em diversos países, como Estados Unidos, Japão, Chile, Colômbia e Emirados Árabes, sendo utilizada também em mais de 100 ações sociais.