De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças oculares atingem 2,2 bilhões de pessoas no mundo todo. Desse total, 1 bilhão de casos seriam evitáveis ou passíveis de correção se as pessoas recebessem os cuidados necessários, como diagnósticos precoces e tratamentos efetivos. Isto inclui problemas como miopia, catarata, glaucoma e hipermetropia.
De fato, é essencial o desenvolvimento de novas tecnologias para ajudar pacientes e especialistas no controle de doenças dos olhos. Por isso, vamos falar neste post sobre a ferramenta Votus, elaborada pelo doutorando Danilo Motta, na Universidade de São Paulo (USP).
Saiba o que é o Votus, como funciona e como esse novo dispositivo auxiliará na interpretação precisa de exames de fundoscopia.
O Votus
O Votus (Teoria do Transporte Ótimo Aplicado ao Registro de Imagens de Retina, em tradução livre) é um modelo computacional de alta performance que promete auxiliar na melhor interpretação das imagens fornecidas pelos exames de fundoscopia.
O dispositivo foi desenvolvido como tese de doutorado pelo pesquisador Danilo Motta, no Instituto de Ciências Matemáticas (ICMS) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos.
A ferramenta matemática parte da Teoria do Transporte Ótimo, metodologia empregada em diferentes linhas de pesquisa. No Votus, a teoria estabelece a relação entre dois grafos. Neste caso, cada um representa o emaranhado de veias de um olho capturado em momentos distintos.
Para você entender melhor, o dispositivo foi construído a partir da definição de uma representação matemática das imagens de retina. Depois, estabeleceu-se as relações de alinhamento para duas fotos. Em seguida, foram feitas remoções dos traços incongruentes e o cálculo do melhor modelo geométrico para realizar a tarefa de registro. Ou seja, a sobreposição de imagens.
Dessa forma, o Votus apresenta uma solução matemática definitiva para o problema de ajuste dessas veias.
Como funciona
Logo abaixo, veja como funciona o Votus.
Resultados
A pesquisa realizou vários testes experimentais que comprovaram a capacidade da ferramenta em identificar alterações no olho. Nessa etapa, a análise sistemática de três bases de dados demonstrou que o Votus é estatisticamente mais eficiente que os outros dez métodos de referência comparados no estudo.
Além disso, oftalmologistas também foram convidados a testar o dispositivo. As reações foram extremamente positivas.
A ferramenta mostrou-se eficaz no tratamento de pares de imagens com alta contaminação por ruído, diferenças bruscas de contraste visual e mudanças de difícil percepção ao olhar humano.
Desse modo, o Votus colabora na identificação precisa de doenças oculares como retinopatia diabética, degeneração macular relacionada à idade (DMRI), descolamento de retina etc.
Com informações de Fabiana Mariz, do Jornal da USP.
Conclusão
Agora, você conhece a nova ferramenta matemática que promete auxiliar médicos e profissionais da saúde no controle de doenças oculares: o Votus. O dispositivo ainda é recente, mas é considerado um avanço na área de oftalmologia.
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