A busca pela cura da diabetes é uma das principais vertentes do setor de pesquisa em saúde. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 422 milhões de pessoas sofrem com a doença em todo o mundo. Além disso, ela é responsável por 1,6 milhão de mortes anuais.
Recentemente, cientistas da Universidade de Alberta, no Canadá, anunciaram ter descoberto uma possível solução para o problema. Com um novo processo de células-tronco, a equipe conseguiu transformar o sangue do próprio paciente em células produtoras de insulina. A pesquisa clínica foi realizada em camundongos.
Em seguida, saiba mais sobre o estudo, conheça os resultados e veja quais serão os próximos passos.
A pesquisa
Pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, estão trabalhando com cientistas do mundo todo em uma nova técnica com células-tronco. Basicamente, o estudo transforma o próprio sangue do paciente com diabetes tipo 1 em células produtoras de insulina.
Para isso, a equipe adaptou a técnica do ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2012, Shinya Yamanaka, para o tratamento da diabetes. Yamanaka descobriu como reprogramar as células da pele, por meio do uso de hormônios e outros fatores de crescimento, em células-tronco pluripotentes induzíveis (iPSC). Estas poderiam ser induzidas a se tornarem qualquer tipo de célula desejada.
Os pesquisadores do Canadá coletaram amostras de sangue de pacientes e trataram as células com um coquetel de hormônios e outros fatores de crescimento para “voltar no tempo” e induzi-las a se tornarem células produtoras de insulina.
Depois, transplantaram em camundongos com diabetes tipo 1.
Resultados
A nova técnica alcançou a cura da diabetes nos camundongos. Se der certo, o transplante de células sanguíneas superaria os desafios do transplante de ilhotas, como a necessidade de drogas antirrejeição e de aplicações de insulina a vida toda.
O líder do projeto é o médico James Shapiro, que fez história há 20 anos com o “Protocolo de Edmonton“. O procedimento coloca novas células produtoras de insulina no paciente por meio do transplante de ilhotas colhidas de pâncreas de doadores de órgãos. Entretanto, têm efeitos colaterais significativos, como o aumento do risco de câncer e infecções potencialmente fatais.
Porém, essa nova pesquisa acredita que utilizar as células próprias do paciente deve eliminar o problema.
Agora, a esperança é que também gere resultados em humanos. Contudo, o caminho ainda é longo. Sem dúvida, serão necessárias ainda novas avaliações em animais para demonstrar que o procedimento pode ser possível, seguro e eficaz. Só depois a pesquisa deve evoluir para testes em pessoas.
Obstáculos
Para continuar o trabalho, um dos grandes obstáculos atualmente é financiamento. Mas, em entrevista para CTV News Edmonton , Shapiro contou que há voluntários trabalhando na arrecadação de US$ 22 milhões até 2022.
Conclusão
Sem dúvida, se funcionar, os resultados da pesquisa podem ser considerados o próximo grande avanço do tratamento da diabetes.
Mesmo se a técnica for bem-sucedida, há bastante trabalho a serem desenvolvidos nas áreas de engenharia robótica, inteligência artificial e ciência das células-tronco para melhorar o processo e torná-lo menos trabalhoso.
No futuro, pode ocorrer uma produção em massa de iPSC e medicamentos personalizados para o paciente curar a diabetes.
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