Inédita, nova funcionalidade auxiliou a detectar retinopatia diabética em mais de 800 pacientes no maior mutirão de diabetes do Brasil, em Itabuna (BA). Solução será lançada no mercado ainda neste ano.
Desde o lançamento do smartdevice Eyer, a Phelcom Technologies disponibiliza a tecnologia gratuitamente para o mutirão de diabetes de Itabuna (BA), o maior do Brasil. Entretanto, neste ano a startup também ofereceu acesso ao seu novo algoritmo de inteligência artificial, que ainda não está disponível no mercado. A nova funcionalidade consegue detectar, com boa sensibilidade e especificidade, casos de retinopatia diabética (RD).
O uso da nova tecnologia na ação social foi destaque em um artigo publicado recentemente no Journal of Diabetes Science and Technology. A publicação salienta que a triagem de pacientes com RD é uma das iniciativas com melhor custo-efetividade em termos de cuidados de diabetes. Porém, em vários locais, não há acesso à uma boa estrutura de saúde, como profissionais qualificados, materiais e recursos financeiros.
O Eyer é um dispositivo portátil, conectado e acessível, apto a realizar exames oftalmológicos dos segmentos posterior e anterior. Estas características tornam o equipamento essencial em mutirões de saúde com foco em exames dos olhos e em lugares com pouco acesso à saúde.
Como o equipamento oferece imagens de alta qualidade, a execução de um algoritmo artificial auxiliou os profissionais de saúde do mutirão de Itabuna (BA) a triar mais de 820 pacientes.
Resultados
A sensibilidade foi de 97,8% no mutirão de Itabuna, o que representa uma capacidade elevada do algoritmo na identificação desses pacientes.
Já em relação à especificidade, o número alcançado foi de 61,4%, o que indica a porcentagem de portadores de RD que o algoritmo confirmou que estava realmente saudável. A AUC (Área sob a Curva, em português), foi de 0,89, demonstrando uma elevada taxa de assertividade para encaminhar apenas os pacientes com RD à consulta presencial.
A sensibilidade foi elevada nos casos classificados acima de leve. Ou seja, aqueles em que o paciente precisa se submeter a um tratamento médico com um especialista. Apesar da especificidade não possuir uma pontuação tão elevada quanto a sensibilidade, obteve-se um bom resultado, considerando que o algoritmo não só detectou RD, mas também outras alterações da retina. Dentre elas, retinopatia hipertensiva, Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), toxoplasmose etc. Vale ressaltar que o foco do médico neste projeto era detectar apenas casos de RD.
Novo algoritmo
A Phelcom trabalhou no desenvolvimento desta solução durante os últimos anos e deve lançá-la no mercado ainda no primeiro semestre de 2021.
O CEO da Phelcom Technologies, José Stuchi, ressalta que a empresa pretende desenvolver novos serviços de inteligência artificial, que serão agregados ao EyerCloud, o sistema em nuvem de armazenamento dos registros médicos dos pacientes. “Estamos certos de que este novo algoritmo e outros em que estamos trabalhando ajudarão os médicos a diagnosticar condições de saúde mais complexas e que, por vezes, são difíceis de identificar a olho nu”, afirma.
A Phelcom tem criado soluções para quebrar barreiras ao acesso de cuidados oculares, permitindo aos profissionais de saúde alcançar pacientes em diferentes cenários e regiões em que há recursos escassos, sejam humanos, financeiros ou materiais.